SHE ! ... AO MEIO DIA
Da série:
Diário de minhas andanças
(2013)
Não sei precisar a data.Tudo que lembro é daquela avenida mergulhada numa pasmaceira e os ponteiros acenando o meio dia.
Vasantes de algum quintal,odores quase nostálgicos das floradas de laranjeiras faziam-me presumir que ,naquela calçada, pisava-se um sol de agosto.
[Ou seria setembro?]
Pouco importa.
Do lado oposto da rua,na loja de departamentos,a vendedora bebia os segredos do tempo. As mãos em concha amparando-lhe a face jovial, cotovelos sustentados sobre a máquina de lavar roupas de última geração,ventilador refrescando-lhe pensamentos alados...
Olhar voejante,varava as fendas entre um prédio e outro como querendo passarinhar-se nas colinas quase azuladas de distância.
De algum ponto comercial eclodia a sonoridade de uma canção preenchendo todos os recônditos das poucas almas perambulantes na avenida costumeiramente movimentada.
Sob um vento maroto (daqueles que minha vó denominava:"Morteiro")fui me distanciando com as imagens gravadas na memória.
Dobrei a esquina incensada àqueles odores nostálgicos enquanto a melodia martelava ainda de miudinho em meus ouvidos.
[Voejantes,eram agora as minhas divagações]
Um pouco adiante,pacientemente, meu carro esperava-me para a segunda etapa daquele dia.
Arrastadas pelo "morteiro" andavam algumas núvens solitárias num céu de hortências.
Monsieur Aznavour ,com a peculiar voz de veludo prosseguia...
[Encantando aquele trecho quase vazio da cidade]
Joel Gomes Teixeira
Clic no link abaixo e ouça a voz endeusada de Aznavour
https://www.youtube.com/watch?v=nxaZMreym88
Da série:
Diário de minhas andanças
(2013)
Não sei precisar a data.Tudo que lembro é daquela avenida mergulhada numa pasmaceira e os ponteiros acenando o meio dia.
Vasantes de algum quintal,odores quase nostálgicos das floradas de laranjeiras faziam-me presumir que ,naquela calçada, pisava-se um sol de agosto.
[Ou seria setembro?]
Pouco importa.
Do lado oposto da rua,na loja de departamentos,a vendedora bebia os segredos do tempo. As mãos em concha amparando-lhe a face jovial, cotovelos sustentados sobre a máquina de lavar roupas de última geração,ventilador refrescando-lhe pensamentos alados...
Olhar voejante,varava as fendas entre um prédio e outro como querendo passarinhar-se nas colinas quase azuladas de distância.
De algum ponto comercial eclodia a sonoridade de uma canção preenchendo todos os recônditos das poucas almas perambulantes na avenida costumeiramente movimentada.
Sob um vento maroto (daqueles que minha vó denominava:"Morteiro")fui me distanciando com as imagens gravadas na memória.
Dobrei a esquina incensada àqueles odores nostálgicos enquanto a melodia martelava ainda de miudinho em meus ouvidos.
[Voejantes,eram agora as minhas divagações]
Um pouco adiante,pacientemente, meu carro esperava-me para a segunda etapa daquele dia.
Arrastadas pelo "morteiro" andavam algumas núvens solitárias num céu de hortências.
Monsieur Aznavour ,com a peculiar voz de veludo prosseguia...
[Encantando aquele trecho quase vazio da cidade]
Joel Gomes Teixeira
Clic no link abaixo e ouça a voz endeusada de Aznavour
https://www.youtube.com/watch?v=nxaZMreym88