Saudade da mochila do pão

Os ecologistas sempre apelam para que as pessoas deixem de usar os sacos plásticos. Que pelo menos reduzm drasticamente o uso deles. Tamabém de alguns tipos de papel de embrulho. otivo: são poluentes. o apelo procede e se fosse aceito tanto lucrariam os consumidores como os comerciantes. E estariam defendo o meio ambiente.

Lendo um texto sobre esse assunto, texto antigo, de uns dez anos atrás, me lembrei que antigamente, peo menos no que diz respeito à compra de pães, evitava-se tanto os sacos plásticos como o papel de embrulho. Para comprar e levar ara casa sos pães a maioria bsoluta do povo usava mochlas de pano: a famosa mochila do pão. Remember? Acho que as pessoas da minha geração se lembram dessas mochilas. Grande parte delas era de cor branca. Costumava-se bordar nelas o nome dos seus proprietários e, em alguns casos, tambpem os escudos dos clubes de futebol: Sport, Náutico, Santa Cruz, bem como outros desenhos.

Era um costme saudável, assim como o balaio da feira livre. Pelas manhãs via-se as pessoas vindo das padarias com suas mochilas de pão cheias. Isso igualava as pessoas. O pãp nivela as pessoas. O pão é sagrado.Todos comem o pão nosso de cada dia. Graças a Deus; Mesmo que alguns estejam reduzindo devido à crise, àreforma trabalhista, o desemprego e uma política econÔmica antipovo.

A vida dita moderna para mim tem mais defeitos que virtudes. Um dos defeitos é que acabou com a mochila do pão. Por que acabou? Não sei, mas talvez porque o mercado e seus gênios resolveram ganhar mais vendendo plástico e papel. É sempre assim, quem manda em tudo é o mercado, o capitalismo.

Transportar os pães em mochilas era muito mais seguro higiênico e prático, inclusive não havia necessidade de, chegando em casa, se livar do plastico ou do papel, os pa~es ficavam na mocila até a hora de serem degustados e se sobrasse, ficava o resto denro da mochila, se não sobrasse, à tardinha voltávemos com a mochila para comprar o pão da janta.

Vou abrir um parêntese para contar uma historinha relativa à nossa mochila de pão, da casa do meu pai e de miha mãe em Arcoverde. A gente tinha um cachorro, um lobo-policial chamado King, ensinado, era considerado membro da família. Pois bem, colocávamsos a mochila do pão no seu pescoço e ele ia buscar o pão na padaria que ficava bem pertinho, já era acordo firmado com o dono. Os vizinhos ficavam maravilhadoscom a proeza do nosso cachorro de estimação. É isso, além de vigiar a casa, transportava nosso pão. Estão rindo? Admito que é meio difícil acreditar, mas é verdade. Juro. Fecho o parêntese.

Vu fechar esta maltraçada dizendo que sempre que vou comprar pão no spermercado levo uma mochila de pano. Sou um conservador. Sou sincero, não penso nem no meio ambiente, mas na saudade. Saudade de um tempo em que a gente era feliz e nao sabia, o tempo da mochila do pão nosso de cada dia. Saudade. Inté.

P.S. Partiu Ângela Maria, deve esar a essa hora numa roda de saba com Elis, Dalva de Oliveira, Elizeth, Maysa, Dna Ivone Lara... e tatas outras grande cantoras. Para mim Ângela será sempre uma rainha, uma estrla, e estrela não morre, muda de lugar. Babalu, Ex-Amor, Tango para Teresa, Foi Deus, Cinderela.... Mas a música que ela disse que gostaria de ser lembrada foi Gente Humilde. Valeu, ângela Maria.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 30/09/2018
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