Do coração: a Esperança e Eu.
"Que tempos difíceis vivemos!" Ouço muitas pessoas dizerem isso atualmente. Vagando no vale sem sentido do sofrimento, algumas pessoas se encontram. Nada tem solução! A criminalidade aumenta, também o desespero. O desespero conduz à perdição. A perdição pode causar a mortevida ou, simplesmente, a morte. Onde está a Esperança? Será que também Ela, afável aos corações todos, desesperou-se? Se me permite dizer-lhe, amigo, há algumas semanas eu vi a Esperança. Ela estava um pouco escondida, mas sua beleza não deixava de escapar de seu terno esconderijo. Uma criança. Mariana é o nome dela. Há um ano, eu busquei uma psicóloga porque precisava da Esperança. Eu a tinha expulsado do meu coração e buscava encontrar as marcas das suas lágrimas ao chão por minha desastrosa sentença. Por acaso, a minha reconciliadora contou sobre sua gravidez e, ao longo desse período doloroso e prazeroso, eu vi a Mariana sendo gerada e nutrida. Ela nasceu, mas, para a minha leve angústia, ainda não a vi pessoalmente. Porém a Esperança já tinha me perdoado e havia decidido aparecer escondida para saber se eu a reconheceria. Assim que eu vi uma foto dessa pequenina, chorei lágrimas de alegria. Nunca havia chorado por ver uma criança, entretanto também havia entendido a razão do choro. O sorriso de uma criança nutrida pelo Amor e Esperança vivos em sua mãe, as bochechas rosadas tão belas como tulipas, o olhar que expressa a centelha da Vida. Parece que eu fui gerado junto a ela, pois por ela a Esperança me tocou.