Primavera
Não faz muitos anos à aprovação da Constituição Cidadã se aproximava, na ocasião pipocava greve e a saturação do mercado empregatício se encontrava no gramado e fomos obrigados ao montão evolucional. Aproveitei a oferta do sacolão. Embora a nossa qualificação rumasse contrária, para alguns era a única alternativa, contrariando as opiniões concretas e fragmentadas, forjadas em anos de escalada familiar, acadêmica e funcional.
Aprovamos, apenas naquela labuta! Como previsto, ficamos alguns meses em cumprimento ao laboral total; provei e compartilhei o resultado e assim, a obrigação obrava cotidianamente; o feriado persistia, enquanto o noturno suavizava o lidar matutino e vespertino, retificando deste modo a raiz da concorrência. Continuei, sem perder o destino.
O passado, mostra que percorria a montanha com outras pessoas. Um pouco entraram no elevador, outros pelas escadas e os persistentes “caminhando e cantando”, lembrando Geraldo Vandré percorreram discretos nas alamedas de flores, becos e caminhos diversos com a certeza que o engano estava profetizado.
Os inflexíveis culpavam o ardil do ajuntamento, mas, o pretensioso e reclamador das regras carregava sempre uma agenda com datas inesquecíveis e coletâneas laborais para salvaguardar o nosso (tempo). Essa cátedra proporcionava aos concorrentes reflexões alternativas para o êxito no exame.
Contudo, o concurso finalizou as etapas e, constatei que não podemos reclamar: alguns viajaram e cumpriram várias escalas, outros poucas, bem como excederam no voo de Ícaro. Contribuindo, assim, para a evolução das dores causadas pela cidade partida por muralhas vivas e de cristais.
Perante o reflexo laboral, espero que os próximos editais não sejam fragmentados na produção e regulamentação do certame constituinte. Hoje, faço questão em afirmar que descobrimos e percorremos vários territórios e não afundamos.
Todavia florescemos a ideia do filósofo Mario Cortela, que não devemos “ancorar” em nosso cotidiano evolucional. A primavera chegou!