Gibí da Mônica e impressos .

       Um dia a minha filha me perguntou; " Papai, eu me chamo Mônica por causa da Mônica do desenho ? "
     - Sim filha, isso mesmo . Gosto muito de desenhos em modo geral, e os do Maurício de Souza me pegou ainda muito cedo. Desde os nove anos, quando o meu pai me dava a "Folhinha" , um jornalzinho que vinha acoplado à Folha de São Paulo, lá pelo ano de 1963, e o cartunista apresentava seus primeiros traços.
        Já adulto, assisti a uma palestra dele , e pra mim foi um momento mágico, que guardo com carinho.
        Com o tempo a "turminha" perdeu espaço, muitas outras coisas apareceram para povoar as novas infâncias, e vejo como um erro, que os estúdios do Maurício tivessem redesenhado os personagens  já adolescentes, namorando , com carros e motos, pois nós crescemos mas eles devem permanecer sempre crianças, ao lado do que já fomos um dia.
         Ontem o Ziraldo foi internado em estado grave, está com 86 anos, este que também gosto muito, pois foi o primeiro gibí que li no Brasil , o "Saci Pererê", aos oito anos, com ajuda de um dicionário da minha mãe.
         As bancas já não vendem mais gibís como antes, as publicações em papel estão desaparecendo, o mundo se modifica e o imediatismo está em alta.  Dizem que com menos papel se matam menos árvores, o que teóricamente parece indiscutível, mas a prática contradiz  o argumento. Hoje temos menos livros, menos impressos mas o desmatamento está quase incontrolável, em níveis alarmantes.
         Tenho um grande amigo, que trabalha na Microsoft e só compra livros virtuais, que custam o mesmo preço dos impressos,  e para ele isso é normal, é como se tivesse uma estante virtual à sua disposição.
          Sou um "véio arengueiro " ( Darta, esta eu peguei de você), e ainda gosto dos livros em papel, de acariciar a capa e ler virando as páginas, sou sim resistente a modernismos, e nem me perguntem porque ?!

 
Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 27/09/2018
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