DOCE PRENÚNCIO DE PRIMAVERA

Era uma belíssima e ensolarada tarde do último dia do inverno, do ano de 2018, mais precisamente, no dia 22 de setembro. Honrado pelo convite para participação da singela comemoração dos 79 anos da minha sogra, a D. Edith, compareci com minha família à sua casa, assim como o fizeram, os demais filhos, filhas, noras e netos.

Embora a D. Edith já seja bisavó da recém-chegada Isabela, esta, assim como os seus pais, não puderam estar presentes, por se encontrarem na Alemanha, país onde viera à luz, sob as graças e bênçãos de Deus.

Reunimo-nos com muita alegria, descontração e muita prosa, naquela agradabilíssima tarde de sábado, na sala e copa da casa da matriarca, à qual pudemos demonstrar parte do grande carinho que temos por quem tanto fez e faz por todos nós.

No momento de dar Graças, demonstrando uma quase incontida emoção, D. Edith, visivelmente feliz e orgulhosa, por reunir quase que integralmente a família, agradeceu a presença de todos, ao mesmo tempo em que renovou os votos de que momentos como aquele, pudessem se repetir por muitos e muitos anos.

A tarde foi passando, sucedendo-lhe um suave e quase imperceptível anoitecer de um dia vivido com muita harmonia por todos nós.

Com o inexorável avançar das horas, uns e outros, ainda que pesarosos por deixar ambiente tão caloroso e aconchegante, foram-se despedindo, seguindo cada qual para o aconchego do seu lar. No entanto, alguns outros, ali permanecemos por mais algum tempo, como que querendo eternizar convivência tão calorosa. Contudo, havíamos de ser compreensivos e entendermos que a aniversariante precisava descansar daquele dia, agitado e incomum e também pedirmos licença para nos retirarmos.

Como a nova estação estava prevista para chegar às 22h53, e, sendo que deixamos todo o vasilhame limpo e o lixo devidamente acondicionado, imagino que a D. Edith, exausta, cuidou logo de tomar um banho e se recolher aos seus aposentos, para o merecido descanso.

Melhor que tenha sido assim, pois, certamente, no momento da chegada da primavera, a D. Edith se encontrava na cama, horizontalmente, adormecida, com a mente abrandada, o coração leve e a pulsação harmonizada. Dessa forma, pôde melhor sorver todos os benefícios do advento da nova estação e despertar revigorada.

Agora, em plena primavera e no raiar de um novo ciclo, aguardamos o transcurso natural do tempo, na esperança de que todos os cuidados necessários sejam tomados e que Deus nos dê vida e saúde, para que possamos desfrutar de muitas outras primaveras juntos.