Quanto você vale?
Não valemos pelo nosso caráter, nem pelos nossos sentimentos, nem pelos nossos sonhos, nem pelos nossos empenhos.
Valemos pelo quanto geramos.
Isso: somos aceitos/rejeitados ou amados/desprezados pelos resultados palpáveis que geramos.
E quando isso acontece, passamos a dar ordens, estabelecer regras/limites e ocupar um lugar ao sol.
Antes disso, não passamos de cartas fora do baralho, alguém que não merece respeito e nem consideração.
O mundo privilegia os vencedores, os que chegaram lá, jogando no lixo os que tentaram, tentaram, tentaram e nada produziram que possa ser considerado arregalador de olhos.
Porque se foram aplicados os máximos empenhos, as máximas dedicações e os máximos recursos disponíveis para gerar mínimos resultados, ninguém vai aplaudir de fato e nem dar a menor atenção.
Por vezes não se consegue "chegar lá", apesar de ter levado toda uma vida para que isso viesse a ocorrer.
Por outras vezes, se consegue.
Demora, mas se consegue.
Aí todos aqueles que cuspiram, menosprezaram, subestimaram, fizeram pouco caso etc. etc. etc. vão se render à mais gigantesca derrota.
Vão se curvar diante do sucesso que, finalmente, chegou.
Vão colocar seu rabo entre as pernas pra admitir que, apesar de todas evidências, estavam redondamente enganados, achando que só existiriam derrotas pela frente.
Talvez nessa hora venham pedir a bênção ou algum tostão daquele que, até então, não era digno de nada.
Pode ser que recebam o que estão querendo, e se coloque panos quentes no passado. Assunto resolvido.
Mas pode ser que recebam um belo chute na bunda de volta, um chute impregnado do desprezo que sempre se fez gritante.
Assim estarão quites. Assunto resolvido.
Crônica elaborada após uma inspiradora conversa com meu filho primogênito David.