Distante...
Atravessei o passadiço que vai dar no cais. O sol ia se despedindo atrás das águas douradas, um convite para contemplar o céu e o mar. Sentei-me na beirada de concreto, vendo as águas baterem nas pedras argamassadas. A brisa acariciava o meu rosto e a sensação de um beijo terno me fez sorrir. Ao longe eu via pequenas embarcações que pareciam estáticas. Mesmo sabendo que balançavam, pareciam imóveis. Certamente ancoradas, seus marujos se preparavam para passar a noite no mar.
Mais adiante, um barquinho solitário se afastava... Senti uma tristeza em vê-lo sumir intermitentemente nas ondas macias e brilhantes no horizonte. Não sei se voltaria, já que àquela distância, parecia frágil e incapaz.
Na divagação perdi a noção das horas e ao me levantar pude ver um véu estrelado como nunca havia visto. A lua nova possibilitou-me observar um oceano profundo, cravejado de brilhantes, tão lindo que cheguei a tontear. Um risco luminoso cruzou o espaço e pareceu mergulhar nas águas escuras. Fiz um pedido... Queria ver aquele barquinho voltar!