O autoengano.
“Não desperte o escravo porque talvez ele esteja sonhando que é livre”. Mas, o sábio dirá: “Desperte o escravo! Especialmente se sonha com a liberdade. Se despertar e perceber que ainda é um escravo, talvez possa se libertar”. Provérbio Árabe
Dizem que uma mentira dita mil vezes se torna verdade. Alguns acreditam tanto nisso que insistem numa mentira que contraria a lógica dos fatos. Autoengano é aceitarmos somente aquilo que nos convém. São muitas as mentiras que contamos a nós mesmos: a pessoa sabe que as coisas não estão bem, que não tem o emprego dos sonhos, o casamento perfeito, a conta bancária desejada e que os filhos não são exatamente como pensa. Mas, cria-se uma falsa realidade para fugir disso tudo.
É um subterfúgio da consciência, ao inverter os acontecimentos para não enfrentar a realidade, uma espécie de negação. Daí, "castelos de areia" são construídos, através do autoconvencimento de uma falsa realidade, para superar o que acontece fora do Script - daquilo que foi idealizado, pois a vida não tem roteiro imutável. Contudo, um dia, talvez, a pessoa tenha que enfrentar a si mesma.
O autoengano ocorre em qualquer segmento da vida das pessoas. São muitas situações, por exemplo, num relacionamento amoroso inconsistente, já vazio de sentimento e satisfação, mas que se mantém por comodismo ou medo de sofrer; na política - mesmo diante da certeza dos fatos -, prefere-se não acreditar neles para não frustrar as próprias convicções; um caso clássico de autoengano é do alcoólatra que diz que deixa de beber quando quiser.
É um mecanismo complexo, primeiro convence-se a si mesmo, depois aos demais. O autoengano é mais presente do que se imagina. No atual momento que vivemos - alguém tem que levar a culpa por tudo- , é comum se lançar mão do autoengano para justificar os próprios fracassos culpando os outros; vivemos a era de atribuir responsabilidades a um terceiro - "todos podem ser culpados menos eu".
É a mãe, que diante de tudo que o filho apronta, a culpa é sempre das outras crianças, quando o filho pratica um ato ilícito, a culpa é dos outros que levaram seu filho para o mau caminho; o homem levou um "chifre", mas não deixa a mulher por causa dos filhos, ou ainda, a mulher traída que coloca a culpa na outra isentando o marido. São paliativos para evitar a perda da vida idealizada. O problema é que o autoengano pode roubar a pessoa de si mesma, da oportunidade de viver plenamente enquanto não encarar que tem um problema e precisa ser resolvido. Não raro, muitas mães só percebem os problemas dos filhos quando é tarde demais.
Enfim, cada um busca sobreviver como pode quando tudo está ou já desmoronou. Apega-se à felicidade inexistente para fugir da realidade, pois, a ilusão da realidade é menos cruel que a própria realidade, às vezes. O imaginado e nunca concretizado, pelo autoengano, torna-se real para a pessoa, que sofre menos com a desilusão, as incertezas da vida e as mudanças. Assim, a vida continua, desde que ninguém desperte a consciência adormecida dentro de um castelo de areias.
Imagem do Google
É um subterfúgio da consciência, ao inverter os acontecimentos para não enfrentar a realidade, uma espécie de negação. Daí, "castelos de areia" são construídos, através do autoconvencimento de uma falsa realidade, para superar o que acontece fora do Script - daquilo que foi idealizado, pois a vida não tem roteiro imutável. Contudo, um dia, talvez, a pessoa tenha que enfrentar a si mesma.
O autoengano ocorre em qualquer segmento da vida das pessoas. São muitas situações, por exemplo, num relacionamento amoroso inconsistente, já vazio de sentimento e satisfação, mas que se mantém por comodismo ou medo de sofrer; na política - mesmo diante da certeza dos fatos -, prefere-se não acreditar neles para não frustrar as próprias convicções; um caso clássico de autoengano é do alcoólatra que diz que deixa de beber quando quiser.
É um mecanismo complexo, primeiro convence-se a si mesmo, depois aos demais. O autoengano é mais presente do que se imagina. No atual momento que vivemos - alguém tem que levar a culpa por tudo- , é comum se lançar mão do autoengano para justificar os próprios fracassos culpando os outros; vivemos a era de atribuir responsabilidades a um terceiro - "todos podem ser culpados menos eu".
É a mãe, que diante de tudo que o filho apronta, a culpa é sempre das outras crianças, quando o filho pratica um ato ilícito, a culpa é dos outros que levaram seu filho para o mau caminho; o homem levou um "chifre", mas não deixa a mulher por causa dos filhos, ou ainda, a mulher traída que coloca a culpa na outra isentando o marido. São paliativos para evitar a perda da vida idealizada. O problema é que o autoengano pode roubar a pessoa de si mesma, da oportunidade de viver plenamente enquanto não encarar que tem um problema e precisa ser resolvido. Não raro, muitas mães só percebem os problemas dos filhos quando é tarde demais.
Enfim, cada um busca sobreviver como pode quando tudo está ou já desmoronou. Apega-se à felicidade inexistente para fugir da realidade, pois, a ilusão da realidade é menos cruel que a própria realidade, às vezes. O imaginado e nunca concretizado, pelo autoengano, torna-se real para a pessoa, que sofre menos com a desilusão, as incertezas da vida e as mudanças. Assim, a vida continua, desde que ninguém desperte a consciência adormecida dentro de um castelo de areias.
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