Pequenas histórias 144
Esgoto-me na burguesia
Esgoto-me na burguesia paciente de rodar os sentimentos em várias direções sem ter um objetivo certo e aparente.
Saio todas as manhãs com a simples necessidade em acreditar no que poderá me suceder ou que mesmo venha eu provocar algo e, me desespero ao findar o dia, que tudo correu dentro da rotina massificante do prazer de apenas existir.
Quando o sol deita seus raios no horizonte das fragilidades, recolho-me dentro da redoma delicada de sentir, no fundo do copo, a saudade do que não tive e que um dia poderei, quem sabe, ter na totalidade.
Muito fiz e o que recolhi, está impregnado nos passos trôpegos, às vezes confiantes, onde recolho pedaço por pedaço do cristal partido a ferir minhas mãos.
Você não está nunca esteve acompanhando, processo por processo, toda a evolução intelectual social de um ser.
Você nunca foi esteio onde pudesse apoiar meus costados cansados de tanta incerteza e duvida.
O futuro é anunciando toda vez que o sol desponta acordando as manhãs.