Pequenas histórias 144

Esgoto-me na burguesia

Esgoto-me na burguesia paciente de rodar os sentimentos em várias direções sem ter um objetivo certo e aparente.

Saio todas as manhãs com a simples necessidade em acreditar no que poderá me suceder ou que mesmo venha eu provocar algo e, me desespero ao findar o dia, que tudo correu dentro da rotina massificante do prazer de apenas existir.

Quando o sol deita seus raios no horizonte das fragilidades, recolho-me dentro da redoma delicada de sentir, no fundo do copo, a saudade do que não tive e que um dia poderei, quem sabe, ter na totalidade.

Muito fiz e o que recolhi, está impregnado nos passos trôpegos, às vezes confiantes, onde recolho pedaço por pedaço do cristal partido a ferir minhas mãos.

Você não está nunca esteve acompanhando, processo por processo, toda a evolução intelectual social de um ser.

Você nunca foi esteio onde pudesse apoiar meus costados cansados de tanta incerteza e duvida.

O futuro é anunciando toda vez que o sol desponta acordando as manhãs.

Pastorelli
Enviado por Pastorelli em 20/09/2018
Código do texto: T6453979
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