DAS MINHAS VIVÊNCIAS NO TRANSPORTE PÚBLICO

Desta vez fui surpreendida. Não era vendedor de jujuba, nem de amendoim, nem de sequilhos, nem de gel massageador, nem de pipoca amanteigada, nem de balinha de gengibre... não era um irmão da Manassés... não era um pai desempregado pedindo ajuda para o leite do filho; não era ex-presidiário pedindo ajuda pra chegar em casa; não era ex-usuário de drogas pedindo uma força pra não voltar para o vício...

Hoje não! Hoje quem saudou os passageiros daquele coletivo foi um jovem rapaz, que se apresentou como "palestrante e poeta". E era mesmo! Talentoso demais!

Explicou que estava ali, fazendo aquele trabalho, para conseguir dinheiro para custear o transporte para a Universidade (faz Agronomia na UFC, mas ainda aluno do IFCE já realizava suas palestras nos ônibus).

Ele só disse verdades, a começar pela reflexão de que "não há evolução sem mudança". Em sua fala ele pontuou sobre o fato de sermos uma sociedade antipática, citando, como exemplo, que sentamos ao lado do outro no ônibus, roçando no outro, e sequer dizemos um "bom dia". Muitas vezes esse "bom dia" não é dado por medo... medo de ser considerado estranho.

"Estamos cada dia mais "robotizados, vivendo numa sociedade que reproduz o que é considerado 'normal' para uma maioria... Precisamos viver melhor esse pouco tempo e levar o que viemos buscar aqui". (expressou ele)

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 20/09/2018
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