Momento Filosófico

Dois amigos de longa data, que há muito não se viam, naquele dia casualmente se encontraram. Iesous, trajando vestes de enfermo, locomovesse com dificuldades sobre uma cadeira de rodas, geralmente sendo auxiliado por uma criança chamada Fide. Porém naquele dia ele encontrava-se sozinho e cabisbaixo. Seu amigo Dukkha, mesmo com as suas dificuldades impostas pela idade, não esboçava ter as mesmas enfermidades do seu companheiro. Ambos recorrem a copa de uma grande árvore: “a filogenética”, para por em dia as suas vidas até alí. A coordenada geográfica da casualidade do encontro, se deu à 11º N 14º L próximo ao Lago Chade na Nigéria.

Dukkha impressionado com a degeneração de Iesous, tentou não mostrar explicitamente sua comoção, pois não pôde deixar de enxergar em si próprio o mesmo destino. Por um instante o cadeirante virou-se para trás e deslumbrou-se com o seu passado. Ainda voltado para a direção que se encontra, perguntou ao seu amigo:

- “lá atrás, o que esperávamos o que seria hoje?”

Dukkha, posicionou o seu tamborete na direção do homem. Sua bengala, que estava ao seu lado sestro, a colocou à sua destra. Depois disso calmamente falou:

- “independente daquilo o que nós esperávamos, o hoje é a nobreza da verdade”. – Falando isso, ele também pergunta: - “e vós? Poderias saber que hoje estaria sem a sua acudidora?”.

- “Fide!! Jamais eu a deixarei, porém, o meu rebanho a confunde com um partido, uma troca, uma moeda, um salário. Não por isso estou hoje sem o seu auxilio.

- “e por que então encontra-se sem ela?”. – Perguntou novamente Dukkha.

- “para mostrar que a minha é diferente da deles, e mesmo assim também pertenço ao todo”.

- “e os trajes? Por que tanta enfermidade em vós? A caso são eles os causadores dessa degradação?”. – Dukkha pergunta com um olhar pesaroso.

- “há séculos, arrastam-me como amuletos, trocam-me por inverdades apoiando-se em coisas que eu não preguei, apoderam-se de escritas que eu, se quer rabisquei num papiro. Porém, retiram de mim aquela com fisionomia de criança: a própria “Fide”. – Ao falar com a voz trêmula Iesous pergunta-lhe também: - “e tu? Por onde caminhastes e o aonde estão os teus?”.

- “como sabes amigo. Estou com eles, os teus, desde sempre na esperança de que te alcancem. Estive contigo desde então. Além disso Anicca, a minha primeira filha, aquela que os auxiliara na árdua tarefa de os ensinar, que antes de vós, outros vieram, mas foram esquecidos. Porém os seus ensinamentos lhe serviram de base. E a pobre Anatta, sua irmã gêmea. Ela sempre soube que, se é difícil fazer esquecer alguém, imagine fazer inexistir à si próprio? Quanto a mim, Dukkha. Ou Sanskara Dukkata, faço encontrar as causas de Dukkha no intuito de destruir neles, o pedaço que de mim há, para que eles encontrem em vós a felicidade própria”.

Fernando Brasil:. 18/09/2018 “contemplação filosófica”

fernando brasil
Enviado por fernando brasil em 18/09/2018
Código do texto: T6452431
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.