OS LIVROS, ESSES AMIGOS!

Sou apaixonado por bons livros, que me embevecem, encantam, ensinam, me trazem conhecimento, me induzem a pensar, a sorrir, chorar, cantar, me emocionar, ficar assustado, viajar, viver o inconcebível sem nenhum perigo físico, pelo contrário, carregam-me às estrelas em pleno êxtase, fazem de mim um novo homem a cada página. Enamoro-me desses livros com paixão intensa, carrego-os sob as axilas e me engolfinho com seu cheiro de novo, suas páginas límpidas e finas com um toque especial de carícia em meus dedos. E quando adentro uma livraria, percebo-me sonhando, os olhos cheios dum estranho brilho de alegria inusitada a cada compêndio exposto, os títulos saltitando das capas e abraçando-me os olhos, a mente, a alma, todo o meu ser.

Os livros tem um tudo do escritor, seu ânimo, essência, talento, inteligência, suor, lágrimas, tempo dispendido e aquela bendita explosão de neurônios que se condensam em capítulos e capítulos de pura emoção e despertar d'alma. Os fragmentos cerebrais de seus autores formam o belo e indispensável mosaico transformador de vidas, conduzem-nos a estradas, ruas, cidades, lares, castelos, palácios e destinos nunca dantes vistos, que no instante da leitura se nos revelam majestosos. Através de suas hábeis e mágicas mãos nos deparamos com o desconhecido, o mistério, as revelações por meio de inúmeras portas que vão se abrindo paulatinamente em nosso passeio mental por seus meandros, um a um. Então vem o frenesi tão inesperado quanto desejado, a catarse ou a angústia, o prazer ou a amargura, o riso ou o choro, a vibração ou a agonia, como de resto vai ocorrendo em nossos corações à medida que avançamos em sua leitura.

Embebedam-me os livros à guisa de taças e taças do melhor vinho envelhecido degustado no silêncio daquele frêmito momento voltado ao alimentar de suas passagens literárias pelos meandros de meu eu ávido. Eu bêbado de livros, eu embriagado de seus encantos e conhecimentos, eu trilhando caminhos líricos ou perigosos, belos ou horrendos, tristes ou felizes, delicados ou furibundos, atraentes ou desprezíveis, cândidos ou reles, mas ainda assim tranquilo em meu sofá e sem a possibilidade de neles tropeçar enquanto leio. A não ser que eu neles mergulhe em profundidade de maneira a sentir na pele mental todos esses sentimentos desencontrados.

Amo os livros. São meus companheiros de solidão e reflexão, estão comigo a qualquer hora sem restrição, sem cansaço, sem reclamações, sem medir esforços, sem me perguntar os porquês. Eu os trago e levo aonde for, são meus escravos, eu escravo deles.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 18/09/2018
Reeditado em 26/02/2021
Código do texto: T6452257
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