Antes de mim, sou eu

Como tantas vezes, me preparei para mais um dia de aula, proposta de produção. Crônica, sim, gênero da unidade e uma pincelada de realização. Me encontro na imensidão de temas que na vida lá fora existe, mas cá dentro da sala nem busco, a inspiração simplesmente vem. Olho para os lugares e o pensamento nasce, ouço as pessoas e a mente se enche, transborda e meio que inconsequente, se espalha.

Por um instante mudam-se as posições, quem aprende e quem ensina. Tudo inspira. Uma resposta mal dada revestida de ignorância manifesta um sentimento ruim: piedade. Ah! menina, tu ainda vais crescer e definir teus próprios gostos. Um olhar quieto no final da sala, aparentando resiliência, sem palavras o sentimento se apresenta, "aperta a minha mão, estou sofrendo" penso que é isso que ele me diz. Teu olho brilha. Brilha sempre?

E de sala em sala vou passando e aumentando a ânsia por escrever. Muitos são os modelos que posam pra minha arte. Sentir em linhas não é muito fácil, conter a emoção, selecionar palavras, expressar sentimentos alheios, definir os meus.

Em êxtase, o lápis desliza no papel e o coração vai se acalmando. A mente esvazia, a folha se enche. Mais um desejo realizado. E se vão gostar? Não sei. Só sei que foi sobre você, leitor, que escrevi.

Inspirado em alunos, escrito em 14/08/18

Ionara Lima
Enviado por Ionara Lima em 17/09/2018
Código do texto: T6451168
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