SEM NOÇÃO

Angélica havia chegado ao trabalho um pouco mais cedo. Como sempre fazia, antes de abrir a loja, dava uma geral no ambiente. Pois os clientes reparavam tudo. Depois de tudo arrumado e retocar a maquiagem, estava pronta para o trabalho.

Havia ligado o computador da loja, aproveitando para abrir seu Facebook e ver se tinha alguma mensagem. Alguém mandara um convite de amizade. Quando abriu para saber quem seria, Levou um susto. Um rapaz bonito, sorridente e que ela já o tinha visto em algum lugar, talvez ali por perto. Decidiu aceitá-lo, não que costumasse fazer isto, mas sentiu-se tentada a descobrir qual era a dele.

Em menos de uns cinco minutos havia um recado do tal rapaz. “Nossa, tão rápido”, pensou meio que desconfiada. No chat ele escreveu: “Olá Angélica. Tudo bem? Está lembrada de mim? Trabalho na administração do Shopping.” Num piscar de olhos, ela esforçou-se para trazer à memória, porém, sem sucesso. Procurou responder a altura. “Olá Pedro. Bem, para dizer a verdade, não me lembro de você (mentiu para fazer charminho). Vi que temos amigos em comum.” Ele demorou a responder.

Enquanto atendia a uma cliente, olhava repetidas vezes para o monitor, em busca de mais diálogo. Pois, estava ansiosa, queria aproveitar a situação. Fazia tempo que não conversava com um rapaz interessante. Sua timidez às vezes, atrapalhava as supostas conquistas. Enquanto esperava uma segunda comunicação, procurava ocupar-se com os afazeres da loja de roupas femininas. Algumas horas se passaram, chegando próximo do meio dia. Resolveu ir almoçar e esquecer a ansiedade que a consumia por dentro.

Depois de quase uma hora, lá vinha ela deliciando-se com um sorvete lembrando-se da tentativa de diálogo com o rapaz simpático. Estava decidida, mesmo que não houvesse nenhuma mensagem dele iria continuar assim mesmo. Não poderia perder a oportunidade de assediá-lo. Assim que sentou na recepção do estabelecimento, foi logo olhando se ele havia lembrado. E estava vermelho. “Até que enfim” pensou alto. Quando visualizou, leu sem entender nada. Dizia:

- Claro que me conhece. Até chegamos a lanchar com a turma da informática outro dia. Não se faça de desentendida. Gostaria muito de ter outro encontro, dessa vez somente nós dois. E aí, topas?

Demorou a equilibrar os pensamentos, contudo pode perceber que o tal do Pedro a confundiu com alguma paquerinha dele, sem dúvida nenhuma. E claro que não iria perder a chance de sair com esse pedaço de mau caminho. E fingiu ser quem ele pensava que fosse.

- Brincadeirinha. Foi um teste que fiz para saber se ainda recordava de mim. Mas, pelo jeito, de alguma forma fiquei firme em sua memória. Kkkkkkkk Quanto a sairmos a sós, preciso estabelecer alguns critérios para que dê tudo certo. Primeiro, tenho que ter certeza que não conversarás sobre trabalho; segundo de forma nenhuma poderás beber alguma bebida alcoólica; chegaremos antes da meia noite, porque não quero ter problemas com meus avós; não deverás tocar-me de forma ousada, a menos que eu deseje ser tocada; também precisas prometer-me que devemos namorar sério, para casar.

Quando pacientemente esperava pela confirmação do lugar e hora em que iriam encontrar-se, o rapaz digitou: “#Tôfora” saindo em seguida, sem nenhuma satisfação.

Angélica ficou confusa com o que o rapaz havia digitado, chegou até mesma a achar que seria o nome do lugar do encontro. Chamou uma das funcionárias e mostrou, foi então que ficou sabendo que não teria encontro algum.

Então argumentou: - Foi quase dessa vez! Não sei por que os rapazes fogem de mim. Tá difícil homem sério hoje em dia. Aff!

Debora Oriente
Enviado por Debora Oriente em 16/09/2018
Código do texto: T6449971
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