Falando dos meus orgulhos

Tenho orgulho dos meus domínios,

do meu chão, do meu cheiro,

do meu recheio, do meu sono.

Tenho orgulho dos meus ecos,

dos meus frutos, dos meus poréns,

da minha oca.

Tenho orgulho da minha dor,

do meu legado, da minha voz.

Tenho orgulho dos meus sustos,

das minhas manhas, dos meus adeus.

Tenho orgulho da minha tranca, dos meus ensaios,

das minhas louças.

Tenho orgulho dos meus gostos,

da minha alma, do meu pé.

Tenho orgulho da minha velhice,

dos meus recantos, da minha paz.

Tenho orgulho dos meus tremores,

das minhas farsas, dos meus vinténs.

Tenho orgulho dos meus berros,

das minhas flores, dos meus porões.

Tenho orgulho dos meus encardidos,

das minhas fantasias, do meu ser.

Tenho orgulho dos meus atrasos,

das minhas sussurradas, das minhas medalhas.

Tenho orgulho das minhas penas,

dos meus ossos, da minha canção.

Tenho orgulho dos meus podres,

das minhas delícias, dos meus gozos.

Tenho orgulho dos meus monstros,

das minhas flâmulas, dos meus penhascos.

Tenho orgulho da minha liberdade,

do meu sonho, da minha paixão.

Tenho orgulho dos meus entornos,

das minhas revoadas, dos meus cais.

Tenho orgulho das minhas cores,

dos meus trocos, dos meus profetas.

Tenho orgulho das minhas esquivadas,

dos meus soluços, das minhas secas.

Tenho orgulho da minha vida,

da minha vida, da minha vida.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 14/09/2018
Reeditado em 14/09/2018
Código do texto: T6448239
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