"A indiferença das pessoas!"
À tarde quando saí de casa caminhei por dois minutos. À direita da avenida estava um homem, com um carrinho e um fogareiro cozinhando espigas de milho e um outro senhor vendia-as a outros cidadãos que passavam. Que cheiro delicioso! Deu-me vontade de parar comprar uma espiga também, mas mamãe sempre dizia: “Quem sente vontade está com lombrigas.” Achei graça em lembrar e segui adiante. O fumo do fogareiro estava tão perfeito que logo imaginei : é tão leve que não tem força de subir ao alto infestando a Natureza.
Logo adiante de onde estava o vendedor de milho, está o parque com lindas árvores e num ramo estavam dois pássaros a construir um ninho.
Segui adiante e reparando a indiferença das pessoas que por mim passavam, uma indiferença total sem sequer responder a um boa- tarde com um sorriso .
Bem próximo ao coreto um pintor acabara de pintar um quadro de boa qualidade. Cumprimentei-o e sorrindo disse-me: esse é o melhor quadro que pintei!
Aqui está o Amor, não no rosto de uma jovem mulher, mas na vida que palpita das cores do dia, do rosto dos homens, nos cheiros da manhã e nas cores das flores!
Olhou para o relógio, seguiu em frente com a tela embaixo do braço e notou que passara quase o dia em função daquela pintura.
Eis que de repente cheguei à faixa de pedestre, atravessei-a e quase defronte está o salão de beleza no qual eu marcara a hora para ser atendida.
A manicure me esperava. Após um bom tempo percorri o caminho de volta. O moço pintor tomou o rumo, mas os vendedores de milho lá estavam com o panelão fervendo e o cheiro exalava no Ar!
Assim que atravessei a avenida, a chuva começou a lavar o asfalto deixando-o negro como carvão. Do Ar vinha um cheiro de chuva inenarrável. Lembrei-me dos lugares que o povo aguarda por uma chuva para molhar a plantação que servirá para alimentar as famílias e a bicharada. Por que a chuva não é direcionada aos lugares mais necessitados? Olhei para cima,mas não obtive resposta. Assim é a Vida. Sem menos esperar estava chegando em casa!