GUERRA OU MÚSICA?
O embate político nesse primeiro turno das eleições ainda está morno. Pode parecer estranho, mas mesmo com um atentado e uma impugnação, os ânimos andam calmos, apesar de muitas manifestações pelas redes sociais.
O general, vice na chapa do PSL, entrou na justiça reivindicando comparecer aos debates no lugar do candidato hospitalizado. Seria normal se tudo tivesse sido às claras, com o conhecimento e consentimento do candidato. Mas, como general não bate continência para capitão...
Isso lembra a fábula do sapo que recusou que o escorpião atravessasse o rio em suas costas. O sapo disse que não confiava, que poderia levar uma mordida durante a travessia. O escorpião alegou que se fizesse isso seria imbecil porque não sabia nadar. O sapo cedeu e no meio do rio foi mordido. Antes de morrer perguntou: "Por que você fez isso? Vai morrer afogado." O escorpião respondeu:"Porque é da minha natureza". A tendência da chapa neofascista militar é morrer abraçada, envenenada pelo beijo da morte.
No segundo turno vai ser diferente e os eleitores vão estar, possivelmente, diante de dois extremos: A civilização e a barbárie. Apesar dos contratempos da chapa da extrema direita, eles ganharam fôlego para chegar à disputa, embora praticamente derrotados pela rejeição.
Se o segundo turdo for entre Haddad e Bolsonaro vai ser muito pedagógico. A diferença de propostas e ideologias são abissais, como as fotos onde um aparece segurando uma metralhadora e o outro tocando guitarra. A metáfora não podia ser melhor: é guerra ou música.
Ricardo Mezavila