ENTENDER O QUE VIVEMOS. VIVER AS DORES E AFLIÇÕES...
Viva suas dores e sofrimentos sem pensar que chegou nesse mundo só para festas.
Os usurpadores presos, alguns vendo seus bens roubados leiloados e numerários em espécie bloqueados, acharam que vinham para uma passagem de gáudio e prazeres. Não conheciam a justiça, a formal, mero instrumento na terra da divina,o inicio da distribuição da medida de justiça, a que se abate sobre o criminoso através das aflições que terá que passar para início de resgate do que deve por ausência de consciência.
Não há dívida dessa ordem sem o devido resgate no tempo e hora certos.
Não conhecem a advertência de um Voltaire por falta de luz, sic: “Não sei quem me pôs no mundo; nem o que é mundo nem o que sou eu mesmo; vivo numa terrível ignorância sobre todas as coisas; não sei o que é meu corpo, o que são meus sentidos, a minha alma e essa parte mesma de mim que pensa o que digo, que medita sobre tudo e sobre ela própria, e não se conhece mais do que o resto”.
É preciso ter consciência do mínimo para não se chegar ao máximo de alheamento com as obrigações de ser humano para não praticar o mal.
Desconhecemos os espaços imensos que nos cercam manietados estamos em um canto dessa vastidão que pouco ou quase nada compreendemos.
E queremos vaticinar, dizer coisas, sermos arrogantes em usurpar, tranquilos em persistirmos no errado, cinicamente desprezando o certo, o certo que se funda na criação da natureza e em sua manifestação limpa como as nascentes claras que matam a sede do corpo e conduzem a limpeza da alma.
Só vejo nesse anfiteatro meu encarceramento como um átomo, e como uma sombra que dura sem retorno. Tudo que sabemos é que vamos morrer envolvidos na arrogância e pretensão de alçar voos mesmo até à eternidade.
Só sei que saindo desse mundo cairei no nada, no pó que somos, ou nas mãos de um Deus bondoso que nos mostrou um de seus filhos como nós, Jesus de Nazaré, que ensinou o que a maioria dá as costas e despreza, fazer o bem, amar ao próximo, ao menos não fazer o mal.
E tudo passa. O benefício de nossas misérias é usufruir nosso gostos e distrações, os enganosos divertimentos, essa a maior miséria que o tempo engole sob o pálio de sua soberania e com presteza.
Pelo menos os conscientes que se inclinam para o bem passam uma vida sem os horrores da inconsciência, do mal que fazem os inconscientes e da porta do cárcere, que os faz lembrarem suas jornadas de certa forma malditas, e só o outro lado, desconhecido, pode destinar o que merecem nas incertezas do que seja certo, palmeado pela dúvida.
Que paguem suas dívidas dos sofrimentos que trouxeram para os relegados da sorte e usurpados em seus direitos.