OS FILHOS DO MAL.
A humanidade tem seus registros assentados sobre dois pilares, o bem e o mal. Muitos entregaram suas vidas para melhorar as condições em que viveu e vive o homem. Deram até mesmo suas próprias vidas para fazer cessar todas as formas de perseguição; pela liberdade, pela crença pessoal, pela formulação de ideias novas, pela igualdade de oportunidades, pela discriminação racial e tantas outras restrições combatidas heroicamente. A conquista das liberdades, contra o mal, o crime, caminha junto ao direito por se sedimentar nas normas. As regras nascem da injustiça, para barrá-las.
De forma contrária, outros retiram da população o direito à proteína, impera a fome, desviam o que lhes é destinado por direito mínimo à dignidade, subtraem com todas as forças até mesmo as migalhas sobradas, nada deixam chegar às mãos da necessidade, geram o insidioso estado famélico. Persistem em criar barreiras para aumentar a ignorância popular, suprime-se a educação. Cada vez mais compra-se o direito à informação, baixando o nível para a desinformação pela deseducação. A saúde do carente é exposta, faz anos, a história demonstra e prova escorada na evidência, nas filas da morte que suplicam por socorro, nas portas dos hospitais esvaziados de medicamentos e atendimento pela corrupção aliada à ineficácia.
Esvaziam a segurança pública cerceando o direito essencial de sair, com “paz jurídica”, “ir e vir”, bem relevante garantido na Carta Política e leis infraconstitucionais em largo espectro, direitos sustentados pelo “poder de polícia”, estruturados e aparelhados esses editos fortemente, porém e antes, se envolvem com os criminosos e milicias, em captação de votos no tráfico, subvertendo a devida educação em comunidades carentes, fechadas escolas pelo enfrentamento de gangues e força policial, trazendo terror e trauma para a infância.
Matam quem atravessa esses tenebrosos caminhos, ameaçam com pejoração grave em fraseado que nem mesmo a prudência faz ocultar, ao revés, publicam o ódio, a raiva, o desígnio dos mais baixos instintos, e chegam ao ápice de tentarem contra a vida de quem promete barrar essa procissão de horrores.
O professorado precisa de aula, qualificação e salário, respeito em sala de aula e não de agressão verbal e física, e os alunos diplomados aprender ao menos a ler, os doentes assim como necessita a velhice, de assistencialismo, para retirá-la da porta das igrejas e da humilhação como pedintes. Como gado trabalhadores, se trabalho conseguem, são transportados em trens e ônibus para locais onde pouco se paga e muito se exige. Apanham com correntes para se ajeitarem como sardinhas em lata nos trens do subúrbio, como se viu no Rio de Janeiro. Saem nas madrugadas e nelas voltam a seus casebres trazendo o mínimo do muito que lhes é subtraído em salário e benefícios.
Ordeiramente passam pela vida dela nenhum prazer levando, seus algozes moram em palácios, nadam em distração, votam suas próprias leis que aumentam suas possibilidades de mais enriquecerem, perpetuam-se nos cargos de forma tranquila sustentados guetos para tanto, exércitos de comissionados, e fazem disso ironia, alguns continuam nas casas legislativas respondendo a pesados processos por improbidade e outros nem mesmo podem sair do país porque lhes falta autorizativo, e primeiro dignitário, findo mandato, com processos deflagrados aguardando continuidade procedimental, tudo fartamente publicado nos jornais.
Estes são os políticos, os filhos do mal, profissionalizados em trazerem tudo para si e nada para o necessário mínimo da nação.