TANTOS INCOMODADOS COM TÃO POUCO...
Você já encontrou uma pessoa que é o centro das atenções onde chega? Algo porta essa pessoa que outros atrai. Há um traço fortíssimo diferenciador do comum.
Alguma característica misteriosa e indefinível o distingue de todas as outras pessoas.
Jesus Cristo foi assim.
A referência de Jesus era ele mesmo. Nunca liderou tropas, ocupou cargo político, nada tinha como propriedade. Como podia cativar e paralisar todos para ouvirem suas palavras onde chegava?
Se afastava pouco do local onde morava, mas atraia multidões impressionadas com suas palavras e seus feitos impressionantes.
Muitas figuras históricas desaparecem dos registros embora com personalidades marcantes, e são lembradas episodicamente.
Jesus é nome em todas as bocas e em todos os momentos no mundo, no tempo e nas épocas, a todo instante e em toda a literatura humana após seu nascimento.
Por quê?
Grande parte dessas controvérsias envolvem as afirmações radicais que Jesus fez sobre si mesmo, afirmações que espantaram tanto seus seguidores quanto seus adversários.
Qual era a imensurável diferença de Jesus Cristo? Um homem de grande valor, só isso como tantos foram ou sua dimensão era algo mais?
Lewis, professor de Cambridge e cético mudou sua vida após concluir não ser Jesus exclusivamente um grande mestre de moral. Seria o próprio Deus feito homem.
Quem permitiu ou foi veículo, com que meios, modos ou sistemas, manuscritos ou através da história, que essa oralidade reportada chegasse até nós com todas as contradições existentes mesmo nos evangelistas ?
Tudo soa surpreendente quando se fala no Homem-Deus.
O judeu Fílon de Alexandria, nascido entre os anos 15 e 10 aC, vivendo contemporaneamente a Jesus e Paulo de Tarso, nos falou de uma “Ideia das Ideias”, nascedouro da inteligibilidade do mundo configurada na nova mensagem que alterou os padrões praticados então, mas que permanecem vivos e eloquentes. Tudo que propõe novidade é escutado e avaliado sob o manto da restrição e do debate dogmático, porém a escola do Cristo, revolucionária em termos de doação, inebriava e conquistava até desafetos e inimigos que nunca viram nada igual. E era infalível a indagação: por quê? Porque ocorria na boa nova a inversão de tudo que contrariava o egoísmo. Como alguém podia se despojar de tudo que todos mais pretendiam; valores, honras, possessões, glórias, reconhecimento?
A boa nova incomodava pelo ineditismo inacreditável para as aspirações humanas, todas barradas e circunscritas ao egoísmo.
E tantos incomodados com tão pouco em suas vidas, egoísmo, inveja, dissenção, discórdia, ao invés de se voltarem para seus interiores e viverem com especialidade espiritual suas vidas e delas afastarem a catástrofe de suas almas.