a música da morte
A imagem da jangada atravessando o rio. Ao longe se vê a silhueta do jangadeiro remando de pé. A morte clamava por ele. Sabia o tempo que leva pra chegar. Volta do mundo camarada! Quem domina o tempo e o outro lado? O destino que se apresenta a todos, camarada. Volta daí, se atravessar de saveiro leva uma encarnação. No início tudo era distante, perto só quando dava, mas quando a consciência se expande leva o tempo de um raio e a terra se torna pequena. O tempo parece que nunca passa e quando ao tempo de uma piscadela o prédio subiu, da planta ao céu. Uma passagem. A música chama, volta do mundo, sai daí! E esta vida passa num átimo, no instante que tange o berimbau. O horizonte ali acabava. A bola de sol, o sol gordão, o astro-rei de todas trilhares de estrelas. Vai de jangada? O tempo que leva é o tempo que Rosa leva prá aprumar o balaio. Ou pode ser que seja uma eternidade. O tempo não tem rédeas meu amigo! De avião também, pela onda luminosa. Chico Ferreira e Bento tinham muita coisa pra fazer em Jaguaripe, souberam bem na hora do destino apresentar. Um pé de vento passou e a jangada voltou só.