ESTRANHAMENTO. INTEGRA ANTOLOGIA DO FORTE DE COPACABANA, ESCOLHA POR CONCURSO.
ESTRANHAMENTO
Valéria Guerra Reiter
Século 21, dia 26 de janeiro, manhã, do ano 2018 a história dá boas vindas à eternidade Na vida finita de alguém; “alguém” a mais; alguém singular, alguém invulgar...
Claramente eu adornei minha dor com volúpia; eu cantei um canto novo, envolto na extrema e inexata fenda: uma brecha que ressurgiu ali; naquele intenso momento de desacordo e estranhamento.
Estranhamento é o atributo, é o termo, a ser empregado para aquela pertinência: afinal “ele” não parecia partido, ou morto!
Insanidade? Talvez... do jeito que Erasmo de Roterdã assim julgou...e escrevendo aqui de novo, não sinto entojo, ou similar, eu apenas expresso aquilo que é sentimento.
O texto homenageia um cavalheiro, que agora figura nos anais da Imortalidade literária de um livro – Do livro que lisonjeia; e a Pátria brasileira que clama por Homens como este; urge por valores como este; este Guaracy Guimaraes Guerra, este cataguasense mineiro, poeta, ator, funcionário público, pai, esposo e anfitrião sem par.
Tipos como este quando expiram não deixam uma lacuna, deixam uma cadeira imortal, onde ninguém poderá preencher... São pérolas recriadas no laboratório naturalíssimo do incomodo que o grão de areia machuca. São artesãos do tempo... estes astros da vida; remexem a existência Criando e recriando.
E agora, eu aqui não entrarei no rio do jeito que já entrei, claro me causaria um grande estranhamento; e Heráclito, então, não se conformaria; encontro-me aqui exaltando a memória de um ícone, de um ícone que o “Vento não levou”, ele que fã incondicional da película que diz o contrário (e de Clark Gable) continua vivaz e eterno, e claro: Um incomensurável pai.