sobre política e melancolia
Uma janela, do lado de fora notava-se o amplo recorte do céu, com as nuvens brancas de fim de inverno. A tarde chegava ao fim. A noite, sempre mais promissora, avizinhava-se.
Como não sentir uma melancolia em tarde frias, em Sampa? Àquela que sentem os descamisados, desabrigados ao verem a felicidade geral com que andam por aí! Ao verem os sorrisos, hilariantes, sorrideiros, pelo que comemoram estas pessoas? Não sabem que pereceremos?
A antiga Teoria do proletariado subserviente, não prospera mais; a brutal diferença de renda entre uns e outros, a falta de “acesso” da maioria ao bom do mel, resulta sempre em merda. Violência, violência e violência, está bem ok, não vou me tornar repetitivo: sangue, ódio e arma de fogo. São estas as merdas que a minha teoria se refere, às merdas da distopia urbana paulistana, perdão pela rima meu chapa!
Dezesseis é revolução, ou melhor, rebelião! Este slogan é utilizado pelo PSTU, talvez eu vote nestes caras nas eleições de dezoito (mesmo achando, coisa íntima “minha”, ser totalmente inexequíveis suas pseudo-propostas).
Ora, então por que se presta à este papel, o de votar num partido de propostas irreais e/ou utópicas? Respondo-vos, mas sem muita confiança: para dar um certo prumo à democracia brasileira, há peso e contrapeso no jogo político nacional, a balança pende para a prática do capitalismo selvagem, onde as riquezas estão por aí e quem as detém são uns poucos, em detrimento de uns muitos...mas que belo comunista eu sou! Nem tanto, porque este povo do PSTU quer estatizar tudo, colocar índios como presidentes de empresas nacionais, ter ao menos três transgêneros (olha um trava-língua minha gente!) em cada repartição pública. Assim, o outro lado, dos mesmos partidos que acabam por deter o poder: PT, PSDB, MDB terão a incomodar lhes esta mosca (PSTU) zunindo em suas orelhas poderosas, possibilitando o contrapeso (a que me referia), re-citado para enfim, terminar aqui mesmo minha crônica.