FUMO E CÂNCER
Agentes de saúde alertam que os fumantes têm mais propensão de sofrer dessa moléstia nos pulmões. Pode até ser. Mas há muitos não fumantes também que contraem tal moléstia.
Como era corriqueiro na minha geração, comecei a fumar ainda bem jovem. O inventivo era enorme. Quem não se lembra daquela canção de Nora Ney: De cigarro em cigarro... -Enquanto espero, aquela que mais quero... Ela não vem então me desespero... De cigarro em cigarro, vendo a fumaça no ar se perder.. Ótimo para curtir uma dor-de-cotovelo... Lá pelos 30 anos, prestei vestibular para Letras. Para matrícula, era obrigatório apresentar a abreugrafia do pulmão – espécie de pequena radiografia que nem existe mais -.
Fui tirá-la lá no Hospital das Clínicas de Promissão. O funcionário ao entregar-me o resultado, alertou-me para consultar, urgente, um pneumologista. Os meus pulmões estavam bem escuros devido ao fumo. O especialista também exagerou. Disse-me caso não parasse de fumar, não demoraria muito tempo. Com o susto, larguei. Decorrido um ano, fiz o mesmo exame: os pulmões estavam limpos. Nunca mais fumei, desde então.
E como fumavam naqueles tempos. No banco, por exemplo, raro era a mesa que não havia o cinzeiro, sempre cheio de cinzas e as bitucas de cigarro. As faxineiras tinham o trabalho de recolhê-las todos os dias de manhã. Hoje proíbem fumar no recinto. Quem necessita satisfazer o vício, dá uma saidinha para fumar na calçada.
Tenho constatado os fumantes que passam defronte da minha residência. Maioria é mulheres. Não deparei com nenhum homem. E quem mais adquirem cigarros são do sexo feminino, segundo os vendedores dos bares.