COMO CONHECER E EXPLICAR DEUS RACIONALMENTE?

“Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.

Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.” Eclesiastes.

“CRÍTICA DA RAZÃO PURA.” KANT.

Um espaço heterogêneo como a WEB se torna avesso a inexpugnáveis fronteiras de penetração do raciocínio, mas nunca é demais acreditar e esperar a função onde surge adensada temática. O homem antes de tudo é capaz.

Crer na inteligência é a esperança onde os extremos se tocam, principalmente em largas avenidas da razão.

A crítica, todos sabem, na melhor forma, busca o crescimento positivo para construir, quase calcada na Lei de Spencer, seleção natural para melhor, criticar seletivamente para concentrar um objetivo maior e mais verdadeiro no objeto visado. Fé é acessório do principal, crença.

Racionalismo se estrutura na inteligência discursiva/explicativa.

Assim, nesse propósito, passeio curtíssimo e singelo sobre o kantismo, para abordar sua “razão pura” diante da dialética superior, versando sua magna obra, “A Critica da Razão Pura”, mostro o Kant como advogado contra e a favor de suas próprias ideias, fazendo a “tese”, a “antítese”, “antinomias” e suas variantes. E falemos em poucas linhas (vamos tentar),destacando o ponto nevrálgico de sua catedral barroca, o que ele discorre em alentadas páginas nas profundezas de seus discursos dogmáticos.

E trata assim sobre o surgimento do mundo:

“De fato, se admitirmos que o mundo não tenha começo no tempo, uma eternidade terá decorrido até cada instante dado e, por conseguinte, ter-se-á dado uma série infinita de estados de coisas no mundo. Ora, a infinidade de uma série consiste precisamente em que essa série jamais possa ser concluída por uma série sucessiva. Portanto, uma série infinita decorrida no mundo é impossível e, consequentemente, um começo de mundo é condição necessária de sua existência. Esse é o primeiro ponto a ser demonstrado”

E vai o emérito pensador lançando as contraditas e resolvendo-as.

“Quanto ao segundo ponto, se admitirmos o ponto de vista contrário, o mundo será um todo infinito de coisas existindo simultaneamente. Ora, só é possível conceber a magnitude de um "quantum" dado dentro de certos limites a uma intuição, por meio de uma síntese das partes. E a totalidade desse "quantum", pela síntese completa ou pela adição repetida de unidade a unidade. Portanto, para pensar o mundo como um todo que preenche todos os espaços seria preciso considerar como completa a síntese necessária das partes de um mundo infinito, ou seja, como se tivesse decorrido um tempo infinito na enumeração de todas as coisas coexistentes, o que é impossível.”

E remata de forma inigualável, cartesianamente: “Logo, um agregado infinito de coisas reais não pode ser considerado como um todo dado, nem, por conseguinte, como dado ao mesmo tempo. Portanto, um mundo quanto à sua extensão no espaço, não é infinito, mas está encerrado dentro de limites. Esse era o segundo ponto a ser demonstrado”.

E faz a antítese: “ De fato admitamos que o mundo tenha começo. Como o começo é uma existência precedida de um tempo em que algo não existia, deve ter havido um tempo anterior em que o mundo não existia, ou seja, um tempo vazio. Ora, num tempo vazio não é possível o nascimento de coisa nenhuma...”

E “pensa” a ideia de Deus, do surgimento do mundo e da liberdade de forma exclusiva e vanguardista, estável o vanguardismo até hoje. É um começo de sua obra da ideia quanto à questão de Deus, escrita aos sessenta e nove anos, quando assevera que não tinha como demonstrar a existência ou a inexistência Deus. Resultou um agnóstico.

Ou seja, os desígnios Desse “Ser Necessário”, como Kant qualifica, existente antes de tudo, ou explicativamente, que antecede ao vazio, se compreende pela imposição absoluta de causa e efeito, do movimento que forma algo necessitar de movimento antecedente. Temos assim o “PRIMEIRO MOVIMENTO”, nomine-se com o vocábulo que se pretenda para indicar Deus.

“O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol.

Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós.

Já não há lembrança das coisas que precederam; e das coisas posteriores também não haverá memória entre os que hão de vir depois delas.

Apliquei o coração a esquadrinhar e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; este enfadonho trabalho impôs Deus aos filhos dos homens, para nele os afligir.

Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento.

Aquilo que é torto não se pode endireitar; e o que falta não se pode calcular.

Disse comigo: eis que me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que antes de mim existiram em Jerusalém; com efeito, o meu coração tem tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento.

Apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e vim a saber que também isto é correr atrás do vento.

Porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza.” Eclesiastes.

SÓ PARA REFLETIR AO QUE NOS ENTREGAMOS, COMO A CORRER ATRÁS DOS VENTOS..

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/09/2018
Reeditado em 06/09/2018
Código do texto: T6440945
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