FIAT JUSTITIA
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Equidade tem a ver com igualdade, retidão, equanimidade, fraternidade. O adjetivo equânime e palavras como equiparação, paridade, por sua vez, também têm a ver com equidade. Equidade que, na sua abrangência, requer disposição para reconhecer igualmente o direito de cada pessoa. Além de disposição, sentimento de justiça avesso a um critério intransigente e estritamente legal. Do ponto de vista da justiça distributiva, obrigam-se os que são investidos de poder ou autoridade a compartilhar os ônus e as vantagens da vida social segundo os méritos e as competências de cada cidadão, ou cidadã. Esse é um ramo familiar semântico de palavras com parentesco mais ou menos próximo. Resumindo: faça-se justiça! “Fiat justitia.”
Além da impunidade das grandes para os grandes: políticos e autoridades com foro privilegiado, e endinheirados poderosos, nem sempre a sociedade se dá conta de que ela própria, manipulada, alimenta estruturas injustas. Isso acontece mediante distribuição de fortunas entre poucos, senão pouquíssimos, à custa da contribuição da maioria. É o que resulta das loterias, Mega-Sena, aviões e caminhões de prêmios para uma única pessoa. O sonho de ganhar milhões alimenta a ilusão de inúmeras pessoas, ao longo de sua vida. No entanto, pouquíssimos são os felizardos sorteados. Uma multidão de outros fica a lamber embira, na expectativa de “quem quer ser um milionário”, um filme cujo cenário é uma ambiente de pobreza, miséria e exploração, na Índia.
Lançado no Brasil em 2009, o filme gira em torno de um concurso de perguntas e respostas. Rapaz de 18 anos, Jamal Malik respondia com base em sua experiência de vida. O filme é uma versão indiana do famoso programa de TV “Quem quer ser um milionário”.
Alhures como cá, no Brasil, faltam políticas públicas. Nossos governantes não delegam poderes e se mantêm distantes do cidadão alvo de paparicos, abraços e beijos, apenas quando os candidatos vão ao encalço de votos.