Sobre demônios e flores...
Desde muito pequena eu já sabia que era diferente.
Muito do que eu pensava, coisas que rondavam meus mais obscuros pensamentos, não era natural, ou cotidiano.
Permaneci a maior parte da minha vida me escondendo atrás do meu EU negro, saliente, sagaz, eficaz na forma de se esconder, porém querendo aparecer, ser aceito pelo mundo que o rodeia. Não sou mais assim. Me encontrei em alguém.
Quando falo em encontro, não retrato encontro amoroso, apesar de que nele pude obter satisfação em todos os meus aspectos, sem nunca termos nos tocado.
Ele é a única pessoa que sabe quem eu sou, por dentro, por fora, emocional e fisicamente e me compreende. Abraça meus demônios e repudia minhas mascaras, criadas pelo tempo e as vezes, quase ou praticamente, fixas em mim.
Não é sobre paixão, amor casual ou companhia passageira. É laço, aquele criado por diversas vidas passadas e firmada nesta presente. Eu tive sucesso e gozo na minha caminhada e pude compartilhar do mesmo da dele.
É com amor que posso contar com essa parceria e com meus demônios presentes, ao nosso lado, pois os dele, também nos acompanham...
Nós nos precisamos, no decorrer da vida, para não nos escondermos mais...
As flores que levamos pelo caminho, coexistindo e nos escondendo entre o dia vivido e nossos companheiros diários, que acham que conhecem quem somos e nos entendem, enterramos. À luz do dia. Porém, aos nossos sábios olhos, marejados e calejados, nos escondem e nos deixam sobreviver.
Falando em vida. Só vivo por que estou aqui, pelo meu gêmeo negro.
Alguns laços não precisam de pele, sangue, poder e muito menos mentiras.
Alguns estão apenas destinados a ser...