Dia seguinte do Encontro Nacional para pacientes reumáticos e familiares. Ainda sob os efeitos de tantas informações. Houve muito cuidado com o tempo das palestras, todas dinâmicas e breves, no máximo trinta minutos. Intervalos e pausas para o  café com sucos naturais e muitas delícias para todos os gostos; tudo pensado para tornar o dia leve, proveitoso e agradável. Tanto que nem senti o tempo passar.
Assuntos que estão  na mídia foram abordados: dúvidas sobre protocolos, conduta médico/paciente, vacinas, alimentação, chás, tratamentos naturais,  hora de engravidar, direitos dos pacientes, medicamentos e bem estar.
Sempre vou assistir  na maior boa vontade, com curiosidade e abertura para  aprender o que posso trazer para o dia a dia. É estimulante ter contato com pessoas que compartilham a realidade complicada de gerenciar uma doença autoimune, essa troca aproxima e fortalece.
Atualmente os médicos e profissionais da área da saúde reconhecem a importância de levar conhecimento e informação ao paciente;  é preciso existir confiança e empatia, ainda mais em doenças que serão acompanhadas por um longo período com medicamentos de uso contínuo que nem sempre serão bem tolerados. Sim, sabemos que nem seremos bem atendidas, mas existem bons profissionais em todos os lugares, tanto no SUS como nos consultórios particulares. Precisamos perder o medo de expressar nossa vontade, aprender a questionar  e se for preciso, exigir nossos direitos.

As doenças autoimunes estão aumentando cada vez mais, isto deve-se principalmente ao volume de toxinas que estamos consumindo nos alimentos, por meio de  contato através de produtos de higiene pessoal, utensílios e várias outras fontes. É um retorno ao natural, isento de químicas e aditivos; sei que há predisposição genética e potenciais gatilhos, mas quero evitar tudo que piore minha condição. O mais importante em todo esse processo de aprendizado, foi me libertar da culpa que sempre martelaram na minha cabeça:você ataca seu próprio organismo, você destrói sua imunidade, sua mente te faz doente. Puxa! Isso não existe!
Somos pacientes, seres humanos fragilizados e merecemos respeito. Compreendo que devemos fazer nossa parte: seguir o tratamento, manter uma dieta adequada às nossas necessidades, fazer atividade física compatível com as limitações, trabalhar o stress,  tudo com carinho e gentileza. Não posso admitir  dedos apontando o que devo ou não fazer, por trás da minhas convicções tenho o apoio de uma equipe multidisciplinar, e estou perfeitamente apta a decidir meu caminho.



E todos os  caminhos apontam para a simplicidade das relações e hábitos, a alimentação que meu corpo precisa é natural, sem químicas, basicamente frutas, legumes, proteína sem hormônio, tirar o açúcar, reduzir o sal. Nada em excesso, usar azeite, consumir ervas e chás,  ter um estilo de vida saudável. Dormir bem, ter contato com a natureza, viver o momento presente, renovar a fé, promover a paz de espírito. Ser mais amável e educada com as pessoas, me colocar no lugar do outro antes de revidar, não tirar vantagem, reaprender todos os valores que ao longo do tempo fomos deixando de lado. Ceder a vez, repartir o pão, compartilhar objetos de uso comum,  não desperdiçar e amar meu corpo da forma como ele está agora. Cuidar de mim, me amar e amar o próximo.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 05/09/2018
Reeditado em 05/09/2018
Código do texto: T6440143
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