Tudo está cinza

Um urubu observa pousado no alto de um poste entre a garoa fina do inverno, numa manhã de segunda-feira o movimento a se perder.

Tudo está cinza aos olhos das canetas e das mentes, numa proposital prova de perda de tempo aos braços dos latidos numa rua sem direção.

O reflexo é o voar solitário de uma garça entre vozes vazias do tempo molhado sem sentido algum.

O papel é invertido entre antenas parabólicas na imagem do pensamento, que na tangencial visão se repete no voar da garça solitária.

A profundidade do pensar queima a musicalidade das notas nos pneus a passar entre um bem-te-vi, que anuncia a manhã cinza de mais um dia.

Rodrigo Poeta

27-08-18

Rodrigo Poeta
Enviado por Rodrigo Poeta em 04/09/2018
Reeditado em 05/06/2020
Código do texto: T6439154
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