Andanças
Ouço a voz do destino e que nem menina pequena tento fugir. Não porque aprontei, na verdade nem sei, mas sinto que vai ser melhor assim. Não gostei da nossa última conversa, brigamos e sai mal nessa, pois ele me afastou do ninho.
E quem nem passarinho desgarrado fico de galho em galho procurando o que sobrou pra mim. Nem bem cheguei já estou indo, não para o lar e nem sei quando vou voltar, só sei que desesperei. Outra vez banida de minha estimada vida e feito alma perdida vago na escuridão.
Mais um ano de solidão nessa estrada de chão, sem calçada, sem placa e sem sinalização. Juazeiro espere por mim, a gente nem se conhece, mas sinto que vamos coexistir.
Não sei por quanto tempo, estou na mira do vento e onde ele soprar vou ficar. Chorar não mais adianta, não muda o rumo de minhas andanças, só limpa as retinas.