A fauna de Fantasilândia
A Ilha de Fantasilândia está situada no Mar Cor de Rosa, entre a Península dos Sonhos e o estuário do Rio Sedativo.
Sua fauna chama a atenção dos pesquisadores e visitantes mais atentos pela sua pouca diversidade.
Duas espécies animais dominaram de forma soberana essa ilha paradisíaca. Os mesmus (Mesmis dissempris) e os corruptus (Corruptis abundantis), duas espécies da família Desgracídae.
Elas podem se cruzar e dar origem a um híbrido com capacidade de adaptação e sobrevivência muito superior às das espécies originais.
Chama a atenção dos observadores o fato de que, apesar de serem animais completamente inúteis, indolentes e que tendem a se tornar obesos, os nativos nutrem muita simpatia por eles e os alimentam e tratam com muito carinho, chegando até a dedicar várias horas diárias de trabalho para essa tarefa.
Há uma suspeita de que uma planta que cresce em toda a ilha, chamada Me-engana-que-eu-gosto, usada pelos nativos diariamente na alimentação ou sob a forma de chás, é responsável por um estado de torpor que empresta um característico ar apalermado em suas feições.
Esse estado de letargia é semelhante ao relatado por Homero em sua Odisséia, quando descreve os lotófagos, habitantes de uma ilha situada no norte da África, que comiam a flor de Lótus e vivam “anestesiados”. Poderíamos até dizer que o grego se inspirou em Fantasilândia se ele não tivesse vivido 2000 anos antes do descobrimento e colonização da ilha.
Esse estado de semi inconsciência nos habitantes de Fantasilândia pode explicar porque eles não percebem que o tempo que eles gastam cuidando dos mesmos e dos corruptus poderia ser mais bem empregado em tarefas que poderiam melhorar muito seu conforto e bem estar.
Fantasilândia sem dúvida é um lugar que, apesar de ter se tornado quase inóspito pela dominância das duas espécies animais, poderia se tornar um paraíso novamente em poucos anos, sem a presença deles.