SER FELIZ. AMEAÇAS...... 18

Ontem li um texto de sensível recantista, que dizia ter acordado e vivido um dia chato. Comentei que chato é quando se perde a paz. Todos os dias que acordamos em paz, sem ameaças ao nosso ser ou entes queridos, devemos agradecer. Estando em paz com o maior bem, sagrado, que Deus nos facultou, a vida, sem ameaças à sua integridade, reverenciar é indispensável e agradecer excedentemente, repetidamente.

Viver no recato de nossas possibilidades o que se entende por felicidade, na paz jurídica, sempre relativa, na esteira permitida pela sociedade em sua organicidade, oferecida segundo a consciência coletiva que faz nascer o inconsciente coletivo, e se consolida, deve ser nossa meta.

A vida com liberdade responsável e em paz, sem ameaças ao nosso supremo dom, nos leva diariamente a ver o sol, ao insubstituível deleite do sorriso das crianças, a inocência que nos lembra a limpeza da criação, ao amor solidário, às artes todas, fulgurantes e satisfativas aos sentidos, a aprender um pouco mais do que ainda não sabemos, a natureza em suas maravilhas, a amizade incondicionada e real, e até aos detalhes da ficção nuclear que traz catástrofes em nome do progresso e ainda assim se procura o “bóson de Highs", a menor partícula da matéria ainda perseguida para explicar o surgimento da vida.

Sêneca em “Cartas a Lucílio”, “Aprendendo a Viver”, ensinava: “há pouco tempo eu era um menino sentado na escola do filósofo Sotione; há pouco tempo comecei a discutir causas; há pouco tempo resolvi não discuti-las mais; infinita é a velocidade do tempo”. “Leve é a passagem de sua fuga precipitada. O que vemos é um instante, menos que um instante”. Aproveitemos esse instante.........

Kant que mudou o mundo da filosofia sem sair de sua pequena cidade, em sua obra que revolucionou o pensamento humano, a inexpugnável “Critica da Razão Pura”, enfrentou com parcimônia a escolástica do gênio aquiniano, São Tomás de Aquino, gerada na idade média, talvez isso o tenha levado ao agnosticismo. E sentenciou o filósofo em sua contradita ao transcendental, ao criacionismo, que “se alguma coisa existe, é preciso que exista também o ser necessário...”.E discorre sem dar nomes, fls. 394, sic, “Houve quem acreditasse esse conceito na ideia de um ser soberanamente real..”. A Crítica da Razão Pura, labiríntica e áspera de penetrar, é densa floresta para incursão, mas mesmo o iconográfico pensador não descartou a “ideia” de Deus, era agnóstico e não ateu, a vida, o ponto máximo da criação, motivou-o, assim também discutiu a “ideia” da liberdade.

Fica seguro que todos os dias nesse tempo nosso que é um instante, como divisado por todos que o cultivam, deve ser cuidado como uma grande festa que se abre a cada momento. As tempestades podem chegar e ameaçar a paz que nos propicia desfrutar esse milagre, a magia de estar vivo e em paz, sem ameaças.

Nem todos estão sob esse abrigo no mundo de guerras, desencontros graves desembocando em terror, fenômenos naturais avassaladores. Inefável tesouro essa paz cuja graça só se descobre se a perdemos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 31/08/2018
Reeditado em 14/01/2021
Código do texto: T6435981
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