O dia em que paguei pela felicidade

Desde de pequena sonho conhecer Petrolina, cidade do meu ídolo Geraldo Azevedo, que serviu de inspiração para criações musicais desse artista, como de outros. Surgiu a oportunidade e eu não pensei duas vezes, chamei o namorado, e ele - por também possuir essa qualidade de não pensar duas vezes quando o assunto é viver – topou! Fomos, infelizmente terei que resumir minha visão da cidade em si, pois o foco é sobre o título: Amei. Só. Parece pouco, retratando assim com uma palavra, mas falo de amor, então nunca deveria ser.

Todo canto que eu passava me perguntava algumas coisas: Onde fica a casa de Geraldo (se é que ele ainda tem casa por aqui)? Será que ele está por aqui passeando e quando encontra-lo na rua e gritar que sou sua fã, ele vai me convidar pra um almoço em sua casa, exatamente como sonhei e planejei?

Eu perguntava algumas coisas pro namorado também - em uma relação é importante dividir muitas coisas, empolgação é uma delas - : Ei, onde será que fica a casa de Geraldo? E se a gente vê ele no meio da rua e eu gritar que sou sua fã e ele me convidar para um almoço na casa dele, você fica responsável por filmar tudo? Ele concordou.

Enfim, foquemos no título.

Aproximou-se da gente uma figura de pura simpatia perguntando se queríamos comprar seu produto. O que estava vendendo pouco importava, seu preço também, estava ali para celebrar a vida e demostrou que nada melhor do que sair por aí oferecendo qualquer coisa com qualquer preço para qualquer estranho que se permita conversar um pouco sobre seu dia. Falou sobre seu café da manhã – “um cafezinho puro é sempre bom!” -, lanche da tarde – um suco, evitava beber café duas vezes ao dia -, dormir cedo, dia seguinte era tudo de novo (dizia com um sorriso no rosto). Ficou lá um tempo até decidir ir embora, já passava de hora do seu lanche da tarde.

Estava indo até começar a tocar Luiz Gonzaga no restaurante e a figura, como se já não espalhasse alegria o suficiente naquele dia, pôs-se a dançar, dois pra lá, dois pra cá e no seu ritmo, bailou a música inteira. O lanche da tarde que esperasse mais um pouco...

Entendi, nesse dia, que a felicidade vem, ás vezes, em forma de uma bucha vegetal das mãos de um velhinho simpático, por um preço que todos podemos pagar.