Exceções à parte
Generalizar é sempre perigoso. Nesse processo é fatal incorrermos em erro. Mas não é bem assim no meio político brasileiro. Podemos dizer, sem medo de errar, que nenhum político deveria de fato merecer a confiança do eleitor. Porque há uma verdadeira armadilha, de que o candidato eleito (o reeleito já sabe disso) não se safa, voltada, no cômputo geral, para procedimentos no mínimo indecorosos. Com base na legislação vigente ou não. Se aceita a incorporação no setor e permanece no cargo, torna-se conivente. Se não aceita, torna-se, na menor das hipóteses, cúmplice, ficando à margem das decisões sem poder contesta-las. Ou são levados, estes últimos, a deixar de serem políticos.
Talvez tenha sido o caso, dentre os mais conhecidos, de Francisco Milani, Regina Gordilho e a juíza Denise Frossard.
Nesse sentido, não será absurdo imaginar a impossibilidade de todos os políticos serem honestos, dada à efetiva coparticipação nos interesses do grupo ainda que sob o aspecto da cumplicidade. Eventuais ou nítidas boas intenções desaparecem ou são destituídas na presença das pressões exercidas pelo quadro adverso preexistente e que não se modifica.
Apesar de toda a verborragia reacionária dirigida à vereadora Marielle Franco, podemos cita-la como uma pessoa honesta, distinta e honrada. Ou não teria sido eliminada.
Rio, 17/08/2018