Solidor
A solidão me abraça como um casaco de pele em dias frios. Sinto-me aconchegado a ela, sinto-me protegido, sinto-me só. Só. E dói. A solidão dói como esmagamento de membros, é dor de canal de dente tocado pela broca do dentista. Ela abraça como se nunca mais fosse embora, ela entra nos poros, corrompe a alma e se aloja no coração. Mas eu estou no coração da cidade! Aqui pulsa o mundo! Aqui pululam pessoas, as quais esbarram-se em mim, empurram-me, pisam-me o pé... por quê? Por que então me sinto tão só? Só, no meio da multidão? Isso é um paradoxo!