NOVA IORQUE. "TOLERÂNCIA ZERO."

Sempre que fui à Nova Iorque tive um único motivo, meu gosto por arte, comprar livros, e para ver o melhor teatro do mundo, sem dúvida. Mas não gosto de Nova Iorque como cidade, nem vou para fazer compras, acho isso sem fundamento algum, embora se compre algo como é usual, e antigamente era possível comprar o que aqui não se encontrava, falo de anos oitenta e antes.

Era um lugar inóspito quanto à segurança, não me esqueço que para ir em determinados locais devia estar abrigado em pequenas excursões, como ver um fantástico gospel no Harlem que não se pode perder.

Lembro que descendo do pequeno ônibus da excursão contratada na portaria do hotel, para visitar o famoso Teatro Apolo, onde passaram os mais famosos artistas da raça negra, célebres, todos, um “cidadão” sem camisa se aproximou e ofereceu um “papelote” de cocaína que estava em suas mãos dizendo, “vai?’ Ao que retruquei negativamente e continuei meus passos.

Não se podia ir ao Brooklin, ao Bronx ou andar de metrô. Minha filha mês passado e marido, com minha neta de onze anos lá estiveram e foram ao Bronx, ao Brooklin e transitaram sem problemas de metrô.

Nova Iorque hoje é uma cidade progressista, administrada historicamente por democratas, a dita esquerda americana, sem que ao meu credo haja mais esquerda, mas vertentes que procuram o melhor para a coletividade.

Antes destruída e arruinada por criminalidade, metrôs sujos e ameaçadores, habitados por gangues, serviços públicos os piores possíveis, depois de gestões democratas incompetentes, mudou.

Elegeram em 1994 um republicano antipático e intransigente, briguento, impulsivo, temperamental, mas que resolveu o que hoje é uma ilha de paz e tranquilidade em termos de serviços e segurança. Seu nome Rudolph Giuliani.

Não estabelecia relatividade entre o certo e errado, nada de flexibilização para Giuliani, o princípio estabelecido era “TOLERÂNCIA ZERO”.

De onde veio esse “messias”? Da promotoria onde desbaratou quadrilhas mafiosas. Nada entendia de economia, educação e saúde, administrava com seus assessores, sob a soberania da lei, o que se tornou a cidade mais segura do país e com serviços de qualidade. Aplicação da lei a quem a violava e com rigor.

Não precisamos de discursos repetidos nem da mesma tribo que faz tempo se locupleta de nossos dinheiros sem retorno em nada, só na Petrobras, seis bilhões de dólares em propinas, um dos diretores devolvendo, pasme-se, 98 milhões de dólares, sem a “lavajato” hoje estaria com a caixa em 200 milhões de dólares.

O Brasil sufocado ainda caminha, ainda tem um “fundo soberano” expressivo, em dólares, soberano. É um país muito rico com pessoas morrendo nas portas de hospitais, sem remédios ou alimentos suficientes.

Precisamos de “tolerância zero” com essa gente corrupta. E sem artifícios de políticos e seguidores cômicos, a contarem histórias da carochinha para barrar avanços desse ou daquele candidato. É uma esperança, ainda a tenho, que vigore a lei e a competência, a seriedade, sem “abracinhos” em gente feliz e suada, e com visível repulsa do candidato de gesto obrigado, sem empadinhas bolorentas em botequins, digeridas com expressão de vômito.

Ver um Brasil em seu devido lugar, um Brasil que roubado ostentava a sétima economia do mundo, um país ainda inexplorado em suas riquezas por falta de seriedade e competência.

Um presidente é como um magistrado, não sabe engenharia, medicina, economia a fundo, conhece algo, escolhe seus assessores, ministros, como um juiz escolhe seus peritos para apontar o que houve naquele caso, com erro médico, problema de engenharia, mecânico, etc, nas mais diversas atividades, e o nomeia sendo de sua confiança, e arbitrará sobre o que ele disser conforme sua convicção do que lhe será apresentado no laudo pericial. E se não satisfizer sua convicção, tantos laudos quantos forem necessários determinará fazer o juiz, em tribunal judicial ou administrativo, até que forme sua convicção com firmeza. É a lei, diz a lei. Sem o que haverá negligência.

Uma perícia falha, como diretor da Petrobras indicou comprar uma “sucata”, deve ser repetida quantas vezes for necessário, como referiu a investigação.

Precisamos de alguém que separe o certo do errado, o bem do mal, que cumpra a lei e suas obrigações, mesmo que seja antipático, precisamos dessa antipatia séria, que não faz trocas espúrias, que não recebe dinheiro e cargos por “baixo dos panos”. Será que há alguém que nos traga essa necessidade, a “tolerância zero” ? Esperamos que sim.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 28/08/2018
Reeditado em 28/08/2018
Código do texto: T6432456
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