Irmão X psicografado
1. Vendo os da minha idade partindo, volto a me perguntar para onde vamos depois da morte. Ao mesmo tempo, acho que não vale a pena saber o que nos acontece nos insondáveis caminhos da eternidade...
2. Nasci católico. Cresci ouvindo de meus pais, das minhas alegres catequistas e dos meus vetustos vigários que, morto, a gente só teria dois destinos: o céu ou inferno, a depender do que aprontassemos de bom ou de ruim aqui na Terra. Céu? Inferno?
3. Vejam só. Nos meus tempos de seminário seráfico, eu já questionava a existência do céu e do inferno. Vivia martirizado. Pois, além do meu padre confessor, com mais ninguém eu podia dividir esta minha descrença. Era acreditar ou pedir o boné.
4. Curioso, teimoso, continuo ouvindo amigos católicos, evangélicos, espíritas, testemunhas de Jeová, e porque moro na Bahia, amigos do candomblé, sobre o que nos acontece quando desencarnarmos, tomando o termo emprestado aos filhos de Kardec (1804-1869).
5. Faz poucos dias, estive numa das livrarias que frequento. Entrei, como disse Carlos Drummond (1902-1987), só "para pegar e alisar os livros".
Saudável costume também adotado por Rubem Alves (1933-2014), que escreveu: "Há livros que pedem para ser acariciados, alisados. Minha mão alisando um livro: essa experiência pode provocar meu desejo de lê-lo, ou não".
6. Sem querer (ou querendo?) parei diante dos livros de Francisco Cândido Xavier (1910-2001). Talvez persistindo no desejo de saber o que faremos quando deixarmos este mundo velho.
E no cantinho da prateleira, descobri três livros de Xico, ditados pelo espírito Humberto de Campos (1886-1934).
7. O cronista Humberto de Campos, no mundo espiritual identificado como Irmão X, é "um dos autores associados às psicografias", do respeitado médium brasileiro.
Os três livros: "Crônicas de Além-túmulo", "Boa Nova" e "Pontos e Contos. Há, ao todo, doze livros ditados pelo espírito do belo escritor maranhense.
8. Quem conhece a obra de Humberto de Campos - li boa parte dela, pois sou, desde sempre, seu fã - não hesitará em confirmar que os livros ditados pelo Irmão X são mesmo do autor de "Sombras que sofrem".
O estilo, o vocabulário, as imagens literárias da obra psicografada não deixam a menor dúvida.
9. Depois de ler os três livros do Irmão X , confesso que fiquei tranquilo. Conclui, que, no "além", há lugar para os cronistas. Eles se foram, mas continuarão enviando suas mensagens, através dos queridos médiuns.
10. Muito bom! Quando eu estiver por lá, pedirei a um generoso médium que psicografe meus rabiscos e ponha-os num livro com este título: "Crônicas de um amigo morto". E todos continuarão a se lembrar de mim...
1. Vendo os da minha idade partindo, volto a me perguntar para onde vamos depois da morte. Ao mesmo tempo, acho que não vale a pena saber o que nos acontece nos insondáveis caminhos da eternidade...
2. Nasci católico. Cresci ouvindo de meus pais, das minhas alegres catequistas e dos meus vetustos vigários que, morto, a gente só teria dois destinos: o céu ou inferno, a depender do que aprontassemos de bom ou de ruim aqui na Terra. Céu? Inferno?
3. Vejam só. Nos meus tempos de seminário seráfico, eu já questionava a existência do céu e do inferno. Vivia martirizado. Pois, além do meu padre confessor, com mais ninguém eu podia dividir esta minha descrença. Era acreditar ou pedir o boné.
4. Curioso, teimoso, continuo ouvindo amigos católicos, evangélicos, espíritas, testemunhas de Jeová, e porque moro na Bahia, amigos do candomblé, sobre o que nos acontece quando desencarnarmos, tomando o termo emprestado aos filhos de Kardec (1804-1869).
5. Faz poucos dias, estive numa das livrarias que frequento. Entrei, como disse Carlos Drummond (1902-1987), só "para pegar e alisar os livros".
Saudável costume também adotado por Rubem Alves (1933-2014), que escreveu: "Há livros que pedem para ser acariciados, alisados. Minha mão alisando um livro: essa experiência pode provocar meu desejo de lê-lo, ou não".
6. Sem querer (ou querendo?) parei diante dos livros de Francisco Cândido Xavier (1910-2001). Talvez persistindo no desejo de saber o que faremos quando deixarmos este mundo velho.
E no cantinho da prateleira, descobri três livros de Xico, ditados pelo espírito Humberto de Campos (1886-1934).
7. O cronista Humberto de Campos, no mundo espiritual identificado como Irmão X, é "um dos autores associados às psicografias", do respeitado médium brasileiro.
Os três livros: "Crônicas de Além-túmulo", "Boa Nova" e "Pontos e Contos. Há, ao todo, doze livros ditados pelo espírito do belo escritor maranhense.
8. Quem conhece a obra de Humberto de Campos - li boa parte dela, pois sou, desde sempre, seu fã - não hesitará em confirmar que os livros ditados pelo Irmão X são mesmo do autor de "Sombras que sofrem".
O estilo, o vocabulário, as imagens literárias da obra psicografada não deixam a menor dúvida.
9. Depois de ler os três livros do Irmão X , confesso que fiquei tranquilo. Conclui, que, no "além", há lugar para os cronistas. Eles se foram, mas continuarão enviando suas mensagens, através dos queridos médiuns.
10. Muito bom! Quando eu estiver por lá, pedirei a um generoso médium que psicografe meus rabiscos e ponha-os num livro com este título: "Crônicas de um amigo morto". E todos continuarão a se lembrar de mim...