A ingratidão dos filhos
Nada há de mais triste que sofrer por ingratidão de alguém; triste e desnecessário, porque não devemos esperar reconhecimento por algum bem que tenhamos feito, seja ou não o beneficiado parente, pessoa próxima ou distante de nós. Deveríamos considerar tal fato como uma obrigação social ou humanitária para com o próximo. Algo totalmente independente de religião, apenas um ato pessoal ditado por nossa consciência, objetivando tornar menos dura a vida daqueles que precisam de ajuda.
Alguns pais padecem terrivelmente pelo fato de não receberem a atenção que julgam merecer dos filhos. - Ingratos – dizem eles, se o filho demora a fazer uma visita, se não dá um presente de aniversário. Será que, quando jovens, agiam assim com os próprios pais? É bem provável que não. Envergonho-me ao confessar que não fui um filho atencioso, não tratei os meus pais como deveria. Hoje fazendo um exame de consciência chego a sentir remorsos por só agora compreender, tardiamente, aquele meu imperdoável comportamento.
Se Deus fosse o ser impiedoso que muitos julgam, eu não teria hoje, como castigo, a atenção dos meus dois queridos filhos.