NEM TANTO ASSIM.

Permitam-me, senhores leitores, falar-lhes de alguns pormenores do universo masculino, quero, neste pequeno espaço, com singelas e respeitosas palavras, revelar-lhes tão profunda verdade, constatada e vivida por mim ao decurso de longos e trabalhosos dias.

Caríssimos amigos de todos os domingos, já em outras crônicas, mencionei, como ainda menciono, e não vou me cansar de fazê-lo, o fato de estar desempregado há mais de um ano, ou, como costumam dizer por aí, ' disponível no mercado de trabalho', pois bem, é neste contexto do desemprego que começa a minha aventura, tão árdua aventura de todos os dias. Talvez você não esteja captando o raciocínio, o fio da meada, tenha só um pouquinho de calma, por favor, você já vai compreender onde este atrapalhado cronistas deseja chegar com tanta enrolação. Então... Lá vamos nós.

Hoje, com base na minha experiência própria, quero me retratar perante a todas as donas de casa desse Brasil, à todas vocês, fica aqui registrado o meu respeito e minha mais sincera admiração, e, pedidos de desculpas. Sei o quanto o trabalho das senhoras é árduo, sei o quanto é cansativo, interminável, indigno, sem reconhecimento, sem o devido apreço de seus companheiros. Reconhecimento esse que não existe, porém, críticas, essas sobram, e ultrapassam a todos os limites. Deixo aqui meu aplauso as senhoras guerreiras...

Pois bem, desejo falar também aos homens de plantão, a todos os covardes a propósito, preguiçosos, sem atitudes, manda chuvas do lar, e por vezes até violentos também. Calma aí amigo, se você não se encaixa nesse nefasto perfil, fique tranquilo, se acalme. Contudo, eu bem sei que, espalhado por esse Brasil afora e adentro, de norte a sul, de leste a oeste, do Oiapoque ao Chuí, eu sei que existe homens bons aos milhares, gente porreta, assim como também tem gente muito ruim, crápulas eu diria. Estou dizendo tudo isso, porque hoje, desempregado, e com a esposa passando por problemas de saúde, desempenhei o papel que a ela cabia no casa, no início desdenhei achando-me superior, pensando que seria trabalho fácil, 'como eu fui um tolo', não existe no mundo trabalho mais custoso, difícil, cansativo, interminável do que o do lar. Veja só: Lavar, passar, fazer, almoço, dar banho nas crianças, trocá-las para ir a escola, terminar o almoço, dar comida, levá-las ao Colégio - valha-me Deus, que não estou nem na metade - mas continuando... Lavar a louça do almoço, secar, guardar, lavar a roupa, estender no varal, limpar a casa, lavar o banheiro, olho pra pia, e lá está, 'opa'! Quase me esqueço de buscar as crianças na escola, quando eu chego da escola, a louça está transformando pela pia novamente - valha-me Deus que não aguento - recolho a roupa, atendo o telefone, vou passar a roupa... Peraí amigo, não abandona a leitura não, tem mais... Prosseguindo, ' Caramba'; onde eu estava mesmo? Ah! Meu Deus, me perdi com tanta coisa a fazer, e olha que não foi nem a metade de um único dia, e amanhã… Amanhã amigo, começa tudo novamente, sem trégua. Quer saber de uma coisa, você mesmo aí, que se acha o rei da cocada, então, pensando bem, nem somos tanto assim né.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 26/08/2018
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