AUTOVISITAÇÃO
Às vezes me leio, releio. E penso que existe mesmo, em mim, mais de uma, ou duas, talvez múltiplas.
Muitas vezes alguma, dentre elas, me surpreende.
E sinto saudade daquela que escreveu. Por que não mais agora? Cadê a inspiração?
E penso que devo agradecer a quem me inspira, a alma, o espírito, talvez Deus.
Se é dom, estou em dívida pela negligência, pelo tempo que passo no branco, no vácuo, na desesperança, na indisciplina, na improntidão, na ausência do debruçar-se até conseguir, não insistir em chamá-la até ela vir, a inspiração.
Perdoa vate, perdoa, musa, se falta espera, escuta, silêncio, sangue nos olhos, ternura, chamados e sussurros, risos e lágrimas.
Contudo, há vida e isso merece versos, poemas e muita prosa.
25/08/2018