Ciúme
Sentia as mãos quentes dela em suas costas que deslizavam suavemente até seus braços. Os beijos molhados e ternos eram como presentes em festa de aniversário. Seu rosto, mesmo na penumbra, era belo e sedutor. Sua voz um tanto rouca disse baixinho: - Boa noite, amor!
Quis segurá-la como quem estivesse a perder seu único bem, quis afagar seus cabelos mais uma vez. Devolveu-lhe os beijos com vontade de tatuá-los em todo o seu corpo novamente, mas se conteve.
Um tempo que parecia longo demais os fariam imersos, cada um em seu mundo, e por fração de segundos desejou penetrar naquele silêncio que já a embalava... Quem estaria com ela nas próximas horas? Quais lugares visitaria sua mente naquele corpo adormecido? Em seus sonhos, buscaria a presença do marido? Repentinamente deu-se conta da loucura que o ciúme fazia brotar em seu coração. Ouviu seu fraco ressonar e sussurrou:
- Durma em paz, querida!
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