Encontro meu
Era noite em Petrópolis. Uma sexta à noite e a missa começaria em instantes. Meu ânimo se perdia ao querer encontrar algo. Quis a solidão. Deixei me ser tomado por ela. Voltei-me para fora da igreja e me aprofundei nas noturnas ruas da cidade imperial. Coloquei os fones de ouvido buscando a música que me enfeitiçasse e me livrasse da angústia. Próxima música. Seguinte. Outra. Essa não. Mais uma vez. Novamente. Mistério e solidão, apenas esses me escolheram naquela hora. Continuei caminhando, buscando. Percebi as cores quentes dos postes de luz tocando as folhas das árvores. Meus olhos buscavam a beleza e inquietos corriam pelas almas, pelas árvores, pelo movimento, pelo tempo. Até que o tempo parou. A Lua me esperava. Busquei a solidão e a Lua se aproximou. Aos poucos as pessoas desapareciam. Estávamos nós, entrelaçados, ligados, almas esponsais em contemplação mútua. Sua luz me preenchia. A Lua e eu. Apenas nós. A Lua e eu.