NÃO SE PRECISA SER SANTO. BASTA SER SÓ ÚTIL À HUMANIDADE. E O JOSÉ O FOI.
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Sexta-feira, 24 de Agosto de 2018
As nuances que essa vida carrega, são tantas: em cores, teores, sabores. E também em significados que, na maioria das vezes, não conseguimos descobrir, tampouco decifrar. E a frase espalhada mundo afora por Shakespeare, "existe mais mistérios entre o Céu e a Terra, do que imagina a nossa vã filosofia", é suficiente para que tenhamos plena certeza disso tudo.
E uma das coisas a que estamos sujeitos nela são as pancadas que levamos. Também de vários modos, maneiras, jeitos e que tais. E não há quem escape dessas situações, porque por mais que busquemos controlar a nossa vida, sempre estaremos mercês de surpresas. Umas boas e outras não.
Li em algum lugar que "amigos são os irmãos que escolhemos nessa vida". Mesmo que não os tenhamos no plano consanguíneo, estes, às vezes, representam muito mais para nós do que os ditos verdadeiros. E esse é um dos mistérios em nossas vidas.
Mas o tempo é imperioso. Ele passa e segue em frente, sem deter-se. Com nada e nem com ninguém. E vai levando tudo de roldão. E dessa forma é que também leva as nossas vidas. Mas não avisa em que dia isso se dará. Quase sempre nos pega de surpresa. E também deixa uma advertência para tais acontecimentos. Quase sempre através de uma doença grave.
Há tempos atrás deixei de ser uma pessoa religiosa. Isto porque sempre tive dúvidas a respeito de um monte de coisas que nos cerca. E como nunca consegui as devidas explicações sobre o que buscava, deixei de acreditar em religião. Mas também outros motivos a mais me levaram para esse caminho.
A coisa mais triste a que um humano pode passar é ver seus entes queridos sofrerem nessa vida com uma doença perversa, que lhes tiram todo o rumo. Sem contar o sofrimento que passam. Em alguns casos, por vários anos. E vão definhando...até acabarem.
Conheço vários casos de pessoas próximas que ao final da vida só tiveram sofrimentos. Uma delas, meu avo paterno. Do qual ouvi maravilhas contadas pela minha mãe, que dizia ser ele um verdadeiro santo em vida. Mas ficou prostrado numa cama por seis ou sete anos, vegetando, sem qualquer noção.
Dentre outros casos, fico imaginando o seguinte: como pode, uma pessoa ter tido e levado uma vida reta, servindo ao semelhante de forma absoluta, e ao final passar por tais situações? Não entendo e nenhuma explicação terá fundamento para convencer-me de tais absurdos.
E hoje, lamentavelmente, perdi um verdadeiro irmão. Não consanguíneo. Mas isso não representa coisa alguma de importante para mim. Um ser grandioso. Culto, inteligente, apto. e capaz, fraterno ao extremo, a ponto de sair mundo afora para ajudar a quem precisasse. Criou seu próprio universo de serviço ao semelhante. Mas o mundo não o conheceu. Digo o mundo global.
Desta forma, mesmo ele tendo vivido num espaço não tanto representativo, como alguns, mas deixa a sua marca e sua ação registrada e gravada junto àqueles aos quais ajudou e beneficiou. Quem perdeu foi a vida e o mundo. E ele agora vai é descansar. Porque merece um descanso eterno e de primeira.
Seu nome: José Dias. Eu o tratava apenas de Zé ou Zé Dias. Foi padre. Mas isso é meramente um detalhe. O importante é que foi um ser magnânimo, deixou um legado extraordinário para a humanidade, com o seu exemplo de vida reta e fraterna para com todos. Sem exceção. E ontem foi seu último dia na vida e entre nós.