AMADOR E PROFISSIONAL.
A dúvida é o caminho do conhecimento. Os “sábios” desnecessitam indagar, dominam o imprevisível e assomam saciedade dos saberes....coitados. Mas só crescemos pela dúvida.
No encontro de Santo Estevão com São Paulo, antes da revelação, o baluarte do Cristianismo, então o mais respeitado rabino, Saulo de Tarso, tremeu diante da serenidade e do verbo de Estevão, que morreu martirizado, lapidado por vencer o grande Saulo na Sinagoga, pena cruel sentenciada a mando de Saulo, enterrado em pé com a cabeça de fora apedrejada até morrer.
São Paulo duvidou, e foi revelado o mistério do qual duvidava, morreu crucificado como Cristo, mas de cabeça para baixo, assim pediu, para não ficar crucificado como seu grande ícone. A LUZ é para poucos, chega com a dúvida. Na sinagoga não estava preparado para conhecer a verdade de Estevão, era arrogante e pensava que sabia algo.
A sabedoria não reside em saber algo mais, porém em saber duvidar para TENTAR chegar a algo que protagonize, realize,transforme.
É preciso esforço e vontade, e principalmente capacidade para atingir a meta. Quem não sabe o que procura não sabe o que vai achar.
Muitos pensam galvanizada a capacidade de entendimento, mas grassa disfunção severa que não permite conhecer à inteireza o que ocorre, e entender. E percorre toda uma vida nos bancos da fragilidade da convicção por achar que sabe um pouco do que nada se sabe. São os opiniosos. Egolatria.
É como ler um livro mais simples, discursivo de fatos e costumes como romances ou edições complexas como a Suma Teológica de Tomás de Aquino. O primeiro de fácil entendimento, o segundo impenetrável para quem não cultiva a dúvida e não busca ampliar suas lentes.
A dúvida aumenta a própria dúvida, e traz compreensão, reduz a disfunção. Abre-se uma porta e surge um longo corredor, ao final cadeados, surgem outros caminhos enigmáticos e densos, necessitam estudo profundo e reflexão aguçada. Desvendar para entender ou viver uma vida tropeçando, como em matemática, não se passa das operações simples e não se chega a equações diferenciais sem estudo, e muito menos a possibilidades.
Por este meio, estudo, se vai ao ponto crítico onde se forma o convencimento limpo. Se não houver trabalho pela dúvida que apara asperezas não há como se situar melhor no universo fenomenológico onde o tempo é a razão das razões. Será um mero saltimbanco de entendimento.
Os que sabem algo, sabem pouco, quase nada, sabem que nunca saberão muito, os menos favorecidos ausentes de espírito mais elevado, opiniosos, ficam sufocados na suficiência pensada possuir que define a insuficiência. E confundem o que nem percebem, desejo e sentimento, principal e acessório. É como ser profissional e amador, uma coisa ou outra, não há meio termo, ou invejar. Não existe o quase profissional, amador quase profissional, como vejo em qualificações, nem existe a boa ou má inveja, como também rotulam em desaviso, trata-se de sentimento que não traz danos para o invejado, mas para quem inveja.
A inveja é perniciosa para terceiros quando se manifesta por atos, como em Caim e Abel.
Quando me profissionalizo alcanço o ápice da escola cursada, quando queria ser como outra pessoa por um motivo qualquer, há intenção, queria e não posso, não é reconhecimento ou elogio, é inveja que tenho, sentimento. Ter o que o outro tem ou faz, viver como o outro vive.
Faltando “logos” e dom, fica-se no amadorismo, na inveja esta se enraíza e se estrutura no interior do ser por toda uma vida. Ao amadorismo falta vontade para atingir metas profissionais,no invejoso perpetua-se nos lamentos permanentes e torna-se um lamuriento.
São os amadores fracos de vontade. Falta-lhes "logos". E até mesmo meios e modos de se esclarecerem. Já conheci alunos sem vontade, mas a tentativa de estarem em cursos especializados era algo,não tudo, de sessenta, setenta, sabia de pronto quem iria passar em provas duríssimas, um ou dois, estes tinham o dom fortalecido por vontade obstinada de estudarem.
Precisam os de menor percepção acreditarem que podem crescer, e pela dúvida agregarem conhecimento, se esforçando, buscando não facilidades e aparelhamentos artificiais.