POR QUANTO VENDO O MEU VOTO?

POR QUANTO VENDO O MEU VOTO?

Em tempos de crise, política e financeira, nada melhor do que a chegada de uma eleição para podermos valorizar o “voto”!

Até bem pouco tempo, um voto valia uma camiseta; dois votos, uma cesta básica; os votos de uma família pequena valia uma reforma na casa; e os líderes comunitários, esses tinham privilégio de ganharem uma grana todo mês através de cargos comissionados e o título de “cabo” eleitoral!

Ao longo de minhas tantas décadas como eleitor e servidor da justiça eleitoral, já vi tanta coisa engraçada (se não fosse trágica), que nem as paredes eu confesso! No escrutínio de 1989, quando da reabertura democrática no Brasil, eu estava contando voto, um a um, para soma-los ao final e aponta-los numa tabelinha digitada em “DOS” que era impressa em matricial e afixada na saída do fórum!

Numa certa eleição para vereador, vi um determinado candidato ao meu lado ouvir que a “urna de número X” seria a próxima a ser aberta. De imediato o candidato apanhou uma lista, escrita a caneta do seu bolso e disse: - Nessa urna eu tenho 235 votos! Ao final da contagem, 234 votos computados para ele. Imediatamente, o Coronel eleitoral, dono de vários currais, disse: - Lembrei! Zé de Martinha tá doente e não foi votar!

O voto no Brasil sempre foi um instrumento fictício para legitimar a diplomação e posse de nomes que já eram dados como certos nos vários cenários da política. Impossível não lembrar os velhos Coronéis tão comuns em todos os lados, mas mais presentes no Norte e Nordeste! Gente dessa natureza sabia que seria eleito de uma forma ou de outra, mas sempre deixaram bem claro as suas faces de líderes carismáticos!

Lembro bem a romaria dos votos, quando um influente político brasileiro, fazia com que os seus eleitores fossem aos milhares saudá-los na escadaria de uma igreja famosa, um mês antes das eleições! O Brasil inteira tomava ciência, mais uma vez, que naquele ano as urnas estariam abarrotadas de votos para a velha raposa! Em troca daquela manifestação popular “espontânea”, pão e circo; como se fazia na velha Roma esculhambada...

Um voto hoje não vale nada! Em termos de dinheiro, vender um voto é como catar latinha na rua para sobreviver! O legal é organizar células de turmas, fazê-las acreditar que o candidato X é “o cara”, e vender para ele o quociente de multiplicação. Se “o cara” já tiver mandato, ele pode conseguir um cargo por indicação, indicar emendas para chegar dinheiro para determinada ‘associação’, enfim; vai rolar a festa!

Se “o cara” não tiver mandato, vai depender o quão rico ele o é, e quão ele acredita no seu potencial de liderança. Conheço histórias que pessoas ganham carros, casas, até fazendas, para elegerem determinados tipos de políticos.

Hoje em dia também tem os líderes de “redes sociais”...! O sujeito tem muitos seguidores, sobretudo, tem muitos comentadores das suas esquisitices, aí ele é famoso e bajulado pelos políticos; e se fizer “o cara” bombar nas redes, vixe mainha, ‘o bicho vai pegar’!

Deixemos de lero-lero e vamos falar o ‘papo reto’! Quem troca o voto por qualquer coisa material é corrupto! O sujeito que negocia seu voto ou os votos de sua comunidade é o estelionatário; e digo mais! Deveria ser preso!

Observem quantos políticos foram indiciados pela justiça pelos mais variados crimes, e estão hoje candidatos? Não quero falar de nenhum partido ou pessoa; defender um nome ou julgar outros, mas uma vez somente responda com sinceridade: - É justo, honesto e ético, votar em quem compra voto, em quem participa de orgias com dinheiro público, em quem assumidamente se apropria de verbas públicas para comprar carros, mansões?

Lutamos uma vida para a implantação da Lei da Ficha Limpa, e depois de implantada e válida, e vemos hoje uma multidão esquisita e faminta, clamar pela exceção, somente para satisfazer o seu ego inculto, como se o Brasil fosse uma pocilga qualquer, onde homens de bem chafurdam na lama, enquanto os sórdidos desfilam de ternos e gravatas caras no Planalto Central!

Você conhece Brasília nos bastidores? Já frequentou alguma vez os corredores do STF, STJ, TSE, Senado, Câmara ou já dormiu uma noite no Brasília Alvorada? Se nunca fez isso, deveria um dia fazê-lo...! Passe um final de semana hospedado no Brasília Alvorada, de preferência com sol, para observar os ministros desfilando com suas amásias com biquínis cavados na beira da piscina, quanto rola as mais altas transações das pautas dos Três Poderes. Conheça alguém de algum gabinete do STJ, de preferência o chefe de gabinete, para saber quem pede audiência com urgência com um ministro, e qual súplica oral será demandada!

Se falta dinheiro para os hospitais públicos, para os remédios do povo, para a merenda escolar. Se falta dinheiro para pagar servidores públicos ou quitar a dívida com empresas sérias que fornecem as aparências para o Estado, com certeza é porque esse dinheiro foi gasto em demasia com o processo imundo eleitoral que corrompe todas as pontas da corda...

Se falta dinheiro para deixar o país numa situação amena perante o seu povo, com certeza é porque os Grãos Mestres da patifaria nacional sabem da certeza de suas impunidades; que se acaso forem julgados e condenados, dificilmente cumprirão qualquer medida restritiva de liberdade, e se ainda assim isso houver, o Poder os levarão para uma sala especial, quiçá na sala de suas próprias casas, fumando um Cohiba e bebendo Single Malte de 24 anos, enquanto pensam: - As ruas estão tão inseguras, que é melhor mesmo eu ficar aqui na minha mansão!

Achar quem compra voto é fácil, basta olhar a lista de velhos políticos! Achar quem vende o voto é que precisa ser cada vez menos comum. Você que ainda acredita num Brasil que pode se transformar num lugar onde a honestidade é a regra, precisa difundir entre seus amigos, parentes e conhecidos, quatro regras simples que evitam essa prática tão maléfica para a identidade do Brasil e do povo brasileiro:

01 – Nunca repassar notícias e fotos que sabidamente são falsas;
02 – Desconfie, e de preferência NÃO VOTE em quem já foi condenado pela justiça;
03 – Jamais permitir que alguém sem a devida capacidade intelectual, seja manipulado por um candidato; e se possível, em havendo prática explícita de abuso, denunciar imediatamente o candidato ao TRE ou Ministério Público;
04 – Qualquer que seja o candidato ou partido, se você souber de qualquer fato que desabone a conduta ética, por mais irrelevante que seja, formalize denúncia imediatamente ao Ministério Público e /ou a Justiça da sua cidade.

O meu voto tem um preço sim, mas ele não será vendido em hipótese alguma! O preço do meu voto é fazer eleger alguém que seja no mínimo ético, e que tenha dentro de si o ânimo de servir ao país com todo o louvor deprecado a um agente público! O meu voto é símbolo de uma retórica inquietante por justiça, por seriedade, por retidão e por ações que definam o bem estar do povo brasileiro...

O meu voto não serve para amigos se promoverem, preferidos virarem paraninfos, ou ainda, para a contabilidade indigesta de perpetuação da inalterabilidade; sobretudo quando a inalterabilidade é a infidelidade eleitoral, o calote, a desordem pública!

O meu voto serve para a sustentação de qualquer bandeira, desde que esse estandarte sirva APENAS e tão somente, para a alacridade coletiva, respeitando a integridade da família, obediência inquestionável das Leis. O meu voto serve para a proteção dos desprotegidos, não para fazê-los livres de badernas, mas para assegurá-los o mais amplo abrigo contra as injustiças. O meu voto serve para a manutenção do Planeta como habitat seguro...

Hoje a minha filha mais nova completa 14 anos! Mariana Portolan Pires, quem dois anos já votará pela primeira vez para prefeito e vereador. Além de Mariana, tenho dois netos, outros dois filhos! O meu desejo é que conteúdos como esse sirvam para doutrinar todas as camadas sociais, inclusive os mais jovens, porque são deles a minha única esperança de um país mais Justo e Perfeito, com o voto servindo como instrumento transformador a serviço do bem comum!

Não venda seu voto! Denuncie quem vende e ainda mais importante, DENUNCIE QUEM COMPRA VOTO!

Que depois de outubro, quem quer que seja eleito Presidente do Brasil, possa nos enxergar como gente necessitada; e quem quer que seja eleito deputado e senador, exerçam com ética, cada segundo dos seus mandatos!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires
CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 23/08/2018
Reeditado em 05/09/2018
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