Uma Garota Rebelde

Luciana agora é adulta. Eu a conheci no útero de Dona Maria Benevides, quando fui morar no bairro Lindéia em Contagem, mas poderia pertencer a Belo Horizonte. O bairro era objeto de disputa entre as prefeituras de Contagem e Belo Horizonte, área conurbada. Disputado no que tange a cobrança de impostos, menos na hora de realizar obras. Nessas horas o poder público, como camaleão, camuflava. Anos depois, num plebiscito, o bairro passou a pertencer ao município de Beagá. Luciana Benevides nasceu em meio a esse conflito. Talvez por isso sua natureza rebelde. Seu Tião e Dona Maria, que recebiam duas guias de IPTU (BH e Contagem) não imaginavam que teriam mais uma preocupação: domar o gênio rebelde da filha.

Os pais cortaram um dobrado com a garota. A adolescência, então, foi nada fácil. A menina era impossível: briguenta, irascível, estopim curto, como diz Seu Tião. E não gostava de estudar. Dona Maria, que além de mãe da Luciana é a mãe da paciência, sorria feliz, dizendo, isso vai passar. Sempre conviveu pacificamente nesse mar de ondas agitadas.

A garota rebelde nasceu no mesmo ano em que meu filho, Fernando, nasceu. Não digo o ano, para não revelar a idade da Lu, pois, diz a lenda, que as mulheres não contam a idade nem sob tortura. Digo apenas que meu filho tem trinta e dois anos.

Fui outro dia à casa de Seu Tião e Dona Maria, depois de uns dois anos sem nos vermos, para levar o convite de lançamento do meu mais recente livro. Conversando com Seu Tião, perguntei por Cristina, Márcia e Luciana. Primeiro diz que estão bem, depois reclama que elas não querem se casar. No intimo acho que ele quer um neto, ou uma neta. Em seguida me conta que Luciana está em casa e a chama.

Confesso que fiquei bobo diante da Lu. Ela me deu um abraço com alegria sincera, sorriu e falava com voz mansa. Mas a moça está mudada, calma e serena, comentei. Você que pensa, retrucou Seu Tião, continua com estopim aceso. Luciana se defendeu, óbvio. Afirmou, categoricamente, ter herdado o gênio do pai. Nesse ínterim Dona Maria chegou da Igreja e a conversa girou em torno da Lu. Era para ser uma conversa breve, pois precisava levar convites a outros amigos. Não teve jeito. A conversa estava muito boa, para ser largada. E a filha de Dona Maria uma doçura de pessoa, que se prontificou em fazer o lançamento de Crônica do Amor Virtual e Outros Encontros na internet, como de fato ocorreu pelas suas mãos ágeis sobre as teclas de seu notebuque.

Graças à compreensão dos pais amorosos, pode-se afirmar, que a díade rebelde/mansa de Luciana é de acordo com o interlocutor, portanto, absolutamente normal. Luciana é um amor de pessoa. Mas é bom não provocá-la, pois o vulcão pode entrar em erupção.

Convite

Conheçam meu blog:

www.jestanislaufilho.blogspot.com

Contos, crônicas, poesias e artigos deversos. De minha autoria e de outros. Venha você também participar.

#LulaLivre. Doravante esta hashtag estará em minhas publicações enquanto não apresentarem as provas contra Lula.