O ECO DA BOCA (BVIW)

As palavras se extraviam nas encruzilhadas do pensamento, e muitas vezes se diz o que não se quer ou deveria. Motivo de tantas discórdias entre os que se amam. Por um impulso também da língua, foi chamada de perdida, em tempos remotos, a menina que perdeu a virgindade antes do casamento. Alguém adjetivou dessa forma pela primeira vez, e do eco de boca em boca surgiram outras tantas perdidas. Atualmente está em desuso esse jargão, mesmo porque rara é a menina que se conserva casta para as núpcias. Em meio a toda essa perdição, me fez pensar em tanta gente que vive tonta sem saber o que fazer ou para onde ir. Muita informação e facilidades parecem deixar a pessoa abobada em indecisões. Incluo-me nessa parcela de dúvidas. Não pelas possibilidades em leque, mas por tanto o que preciso realizar nas poucas horas do dia. Falta-me tempo ou organização para o que gosto e preciso desempenhar. Tem dias, fico feito criança brincando de Uni-Duni-Tê para as melhores escolhas. Nem sempre são as preferidas, e sim as necessárias.