A janela era enorme feita de madeira ranjente. Abria por vezes por força do vento. E, as vezes, mal criado, a fechava abruptamente, batendo ruidosamente. Havia o prenúncio de tempestade.
A tarde enegrecera-se, não chegou a ter nuances de cinza... o sol se escondeu atrás de um nuvem carregada de gotas... De quem serão aquelas lágrimas?
A qual primavera se dirigirá em forma de orvalho? Dúvidas poéticas. Dúvidas cruéis. Fechei a janela corretamente. E, logo passei a ouvir o barulho da chuva pesada sobre os telhados. Pareciam os tambores de um patíbulo.
Eu encolhia os ombros... e procurava um casaco para vestir. Atrás da janela, havia uma borrasca. Não poderia ir ao quintal.
Preocupava-me com as galinhas... Havia uma goteira no telhado do galinheiro. Eu tinha que aprender a consertar aquela mazela.
Esquentei a água... fiz um chá... e, tempo depois do primeiro gole de chá, misteriosamente adormeci. E, em meu sonho, ouvia minha mãe gritar: - Saia da janela, menina!