PALAVRAS NADA VALEM, MAS O QUE SE FAZ.

A vida balança sobre o possível e o que surge como impossível em seu curso. Rápida como um rio que corre, espera alcançar um mar de paz. Lograda para uns desesperança para outros esse nirvana de calma relativa em matéria.

PALAVRAS NÃO VALEM NADA NESSE MUNDO, O QUE VALE É O QUE SE FAZ.

Está consagrado no Estatuto de Jesus. FEZ, SEM PALAVRAS. OBRA CONCRETA.

Quantos foram realmente úteis para si e principalmente para a

coletividade?

O que fez a igreja na idade média com o ensinado por Cristo, nas penas injustas e crudelíssimas, e o que faz ainda hoje uma parte conhecida como pedófilos?

O que fazem ou fizeram “grandes doutrinadores ideólogos” como Lenin, Stalin, Hitler, Mussolini e incontáveis em regimes restritos até hoje, e tribais, na África e na Ásia, pelo povo?

Nada, nada fizeram, palavras somente, que trouxeram trabalho pesado, mortes, perseguição e mordaças, sofrimento e perda das liberdades que trazem a dignidade humana mínima.

E assim continua, só mudam as vestes, as palavras.

Grandiosa como o universo e pequena como a compreensão, a vida, nossa vida interior, mar de muitas vagas, sonhos de muitas praias de águas claras e serenas, é um constante vagar de questionamentos e de esperas dessas palavras de promessa que nunca se sedimentaram, solidificaram e trouxeram o prometido, bastava ser amor.

O que dela fica, da vida, mesmo em círculo menor, nunca será efêmero, pelo que se fez, e o quanto fomos úteis para socialmente atuar, não bastam palavras ditas ou grafadas, mas obras consolidadas em nossa jornada de significações.

Abrir janelas para o mundo e deixar entrar o sol, “e fazer”, ser realmente útil. O silêncio é significativo quando nada de útil se cria ou se faz. Ele deve situar a busca interior sintonizada com nossas origens. Já é bastante, a vida não é uma festa, a festa está em outra dimensão onde exista uma real paz que aqui não se encontra, nem os mais aquinhoados com a sorte em dons e bens, realizações de felicidade para os sentidos, sempre haverá perda e tristeza.

A miséria do “não fazer” resulta em cruciar, sinaliza bem o conceito de Shopenhauer, filósofo alemão, sobre a vida: “As alegrias da vida são como esmolas colocadas no prato do mendigo. Com elas consegue sobreviver para continuar na miséria”. Sofrida miséria, miséria de nós mesmos.

Ao passar pela vida e nada fazer, ocorre uma miséria completa. Fazer como caridade, como exemplos, efetivamente, materialmente, soma que se alastra e repercute.

Essa visão pessimista do filósofo tedesco é dura e cruel, mas não é hipócrita. São assim os que na vida nada fizeram ou fazem como obra, somente passaram por aqui, sem nenhuma história de concretudes para o próximo.

Nas palavras do Padre Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, “o invisível é mais real do que o visível, porque nosso coração não foi feito para o invisível”. As coisas palpáveis são ilusões. Mas nem por isso o milagre da vida deve ser relegado ao mais simples. Ela é o “mais simples” em natureza, e o mais rico em imemorialidade. Olhe-se o mundo e o que lhe deu o homem em termos de história nessa unidade da qual todos fazem parte.”

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 19/08/2018
Reeditado em 19/08/2018
Código do texto: T6423808
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